Para o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o presidente Jair Bolsonaro cometeu uma série de crimes, tanto contra a democracia quanto contra a saúde pública. Afrontou os Poderes da República e a liberdade de expressão, que, defende Haddad, são crimes de responsabilidade “previstos na Constituição, que não dá margem a duas interpretações”, afirma.
Mas, para que o processo de impeachment seja colocado em andamento, “o país precisa estar convencido de que ele cometeu crime de responsabilidade de acordo com a letra da Constituição”, disse Haddad em entrevista à BBC News Brasil. “Porque se eu não usar uma regra muito estrita e começar a alargar o conceito, daqui a pouco eu estou prendendo gente sem nem saber por quê.”
O PT protocolou no dia 21 de maio um pedido de impedimento de Bolsonaro, um dos mais de 30 que aguardam análise do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
Praticando isolamento social em casa desde março, o petista derrotado nas urnas por Bolsonaro em 2018 diz que, desta vez, pretende apoiar qualquer nome no segundo turno contra Bolsonaro, caso o PT não esteja na competição. “Eu espero que ele nem dispute a eleição. Mas se ele chegar em 2022 e disputar, nós temos que, no segundo turno evitar o risco do país degringolar de uma vez por todas”, afirma.
iG