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Impeachment contra presidente do Paraguai será apresentado nesta terça; caso envolve clã Bolsonaro, entenda

O PEDIDO DE IMPEACHMENT CONTRA ABDO, FOI MOTIVADO POR SUPOSTO BENEFICIAMENTO DE EMPRESA LIGADA À FAMÍLIA BOLSONARO EM ACORDO DE ITAIPU. (FOTO: ALLAN SANTOS/PR

Deputados da oposição ao presidente do Paraguai, o conservador Mario Abdo, confirmaram nesta segunda-feira (5) que vão mesmo apresentar pedido de impeachment contra Abdo e seu vice, Hugo Velázquez, por conta do caso que envolve suposto beneficiamento de empresa ligada à família Bolsonaro em acordo de Itaipu. O chamado juízo político deve começar a tramitar na terça-feira (6).

O deputado Jorge Ávalos Mariño, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), confirmou ao jornal ABC Color que a oposição está decidida a mover o processo contra o presidente da República mesmo sem ter, por enquanto, os votos necessários para derrubar Abdo.

Efraín Alegre, líder do PLRA e candidato à presidência derrotado em 2018, confirmou em seu Twitter que estão sendo colhidas assinaturas para dar entrada no processo.

A grande dúvida sobre o processo de impechament é a posição do movimento Honra Colorada, um racha do Partido Colorado, de Abdo, comandada pelo ex-presidente Horácio Cartes. Cartes e Abdo teriam feito um acerto após Brasil e Paraguai terem cancelado o polêmico contrato de Itaipu. O governo de Jair Bolsonaro considera o possível impeachment um “golpe” e pretende proteger o aliado.

Envolvimento com os Bolsonaro

A posição do governo brasileiro não surpreendeu os paraguaios, afinal, a família Bolsonaro é apontada como beneficiária do acordo que gerou a grave crise política no país vizinho. Segundo a imprensa local, um representante do governo teria manobrado uma modificação no novo contrato de Itaipu com o objetivo de beneficiar a empresa Léros, ligada ao clã.

O empresário Alexandre Giordano, suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP), foi apontado pelo advogado paraguaio José “Joselo” Rodríguez González – um dos envolvidos no escândalo – como o intermediário brasileiro do esquema. Ele, no entanto, afirmou que não conhece “ninguém do Paraguai” nem da família Bolsonaro.

As versões que circulam sobre o caso são contraditórias. Três figuras tidas como centrais nesse caso, Joselo, o vice-presidente Hugo Velázquez – quem teria colocado o advogado nas tratativas – e Giordano, contam histórias distintas, abrindo margem para muita especulação.

Repercussão no Brasil

O caso, que ainda não teve grande repercussão no Brasil, já fez o diretor da estatal elétrica paraguaia Ande, Pedro Ferreira, o ministro das Relações Exteriores, Luis Castiglioni, e outras duas autoridades do país vizinho pediram renúncia. O Senado brasileiro pode começar a investigar a questão por meio Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Revista Fórum

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