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Impacto de feriados no RN em 2026 deixa comércio varejista em alerta

FOTO: CANINDÉ SOARES

Os feriados nacionais e estaduais seguem representando um desafio para o comércio de rua em Natal, especialmente no bairro do Alecrim, um dos maiores polos populares da capital. Para os lojistas, a interrupção da rotina de funcionamento costuma reduzir o fluxo de clientes e impactar diretamente o faturamento, exigindo planejamento cada vez mais cuidadoso para minimizar prejuízos ao longo de 2026.

Segundo o presidente da Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (AEBA), Matheus Feitosa, qualquer feriado provoca impacto negativo imediato. “Quebra toda a rotina de funcionamento do comércio e gera prejuízos”, afirmou. De acordo com ele, o volume de vendas normalmente cai nesses dias, já que parte dos consumidores prefere viajar ou aproveitar o tempo livre em atividades de lazer, como praia, cinema ou shopping centers.

Apesar disso, a entidade tem incentivado a abertura das lojas nos feriados desde 2024, como forma de estimular uma mudança gradual de cultura entre comerciantes e consumidores. “Todos os feriados em que o Alecrim funcionou tiveram boa presença de clientes, e as lojas que abriram venderam bem. Mas ainda precisamos aumentar a adesão”, explicou Feitosa, ressaltando que o processo é gradual.

Por ser um comércio popular e de grande circulação, o Alecrim sente os efeitos dos feriados de forma mais intensa do que outros polos da cidade. Há casos em que as perdas superam 50% do faturamento esperado. Além da queda nas vendas, os feriados também elevam os custos operacionais. Para abrir nesses dias, os empresários precisam arcar com pagamento de horas extras, geralmente com adicional de 100%, ou conceder folgas compensatórias. “Dependendo do dia e do movimento, abrir no feriado nem sempre garante lucro, mas é um investimento necessário para mudar uma cultura já estabelecida”, avaliou.

As pequenas lojas, segundo a AEBA, costumam ter mais facilidade para funcionar nos feriados, por demandarem equipes menores e uma logística mais simples. Já as grandes empresas tendem a abrir apenas quando há garantia de grande público e adesão coletiva do comércio. Em relação ao emprego, a associação afirma que, até o momento, os feriados não têm influenciado significativamente a criação de vagas temporárias ou a manutenção dos postos de trabalho.

Regras, decreto e planejamento para 2026

O calendário de feriados estaduais é discutido com antecedência entre governo, sindicatos patronais e de trabalhadores, por meio de reuniões e convenções coletivas. Ainda assim, a AEBA defende a revisão das regras para permitir o funcionamento do comércio de rua, com as exigências legais. “Pedimos que haja mais flexibilidade para que o comércio possa funcionar”, disse Feitosa.

O Governo do RN já publicou o decreto que define os feriados e pontos facultativos de 2026 para a administração pública estadual. O documento reúne datas nacionais, estaduais e alguns feriados municipais, além de pontos facultativos tradicionais, como Carnaval, Semana Santa, Corpus Christi e o recesso de fim de ano.

O decreto, no entanto, vale apenas para os órgãos do Executivo estadual. No setor privado, o funcionamento depende de regras próprias e acordos coletivos. Serviços essenciais, como saúde e segurança, devem funcionar normalmente.

Para enfrentar os impactos, o planejamento é apontado como fundamental. A orientação é alinhar decisões com a contabilidade e o setor de recursos humanos, além de investir em estratégias para atrair o consumidor nos feriados, como publicidade em múltiplos canais, ações promocionais, descontos, brindes e experiências diferenciadas.

“Equipe motivada faz diferença”, destaca o presidente da AEB. Ele lembra ainda que 2026 será um ano atípico, com eleições e Copa do Mundo, o que torna o planejamento ainda mais decisivo para reduzir prejuízos e aproveitar oportunidades de venda.

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