
Mais de duzentas pessoas acompanharam o enterro de Kelvin Gomes, 17 anos, no Cemitério de Irajá, na tarde dessa sexta-feira, 11. O rapaz morreu no fim da noite da última quinta-feira, 10, após ser vítima de uma bala perdida em uma operação policial que ocorreu na comunidade Para-Pedro, também em Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Veja relato do pai de Kelvin
VÍDEO: 'Meu filho ia fazer aniversário no próximo dia 26 e aconteceu essa tragédia', diz pai de jovem morto no Para-Pedro. Assista e leia mais em https://t.co/MkyBLg3G9R pic.twitter.com/KYRCK4GgpA
— Jornal O Dia (@jornalodia) October 11, 2019
Após o fim do enterro o clima já era de tensão. No entorno do cemitério, cerca de 10 viaturas do 41º Batalhão (Irajá) reforçavam a segurança. Ao fim do sepultamento, entre os familiares e amigos as palavras ditas eram de dor e revolta. Um cortejo com 100 pessoas deixou o local em direção à Avenida Monsenhor Félix. Lá o grupo chegou até a rua e fechou o trânsito.
Poucos minutos depois, o cortejo disparava palavras de ordens contra a Polícia Militar e também contra o governador Wilson Witzel. Eles foram em direção à entrada da favela Pára-Pedro, onde Kelvin morava e foi morto. Foi então que parte do grupo tentou parar um ônibus e foi impedido por um dos policias militares que acompanhavam o protesto. Um tiro foi ouvido nesse momento, mas não foi possível identificar quem fez o disparo.
Um Policial Militar foi preso em flagrante durante um tumulto no enterro do jovem Kelvin Gomes Cavalcante morto durante um tiroteio na comunidade Para-pedro, na Zona Norte do Rio. pic.twitter.com/ohB2LPzfnE
— Rádio BandNews FM (@radiobandnewsfm) October 12, 2019
O coletivo conseguiu seguir viagem. Pouco depois, iniciou-se a discussão entre os PMs e os moradores. Cerca de quatro policiais se afastaram da multidão, enquanto um deles, visivelmente nervoso, continuava a bater boca, sempre com o fuzil apontado para a multidão.
Parece um imbecil jogando PaintBall, mas na verdade é a polícia de assassino Witzel tentando conter uma pequena manifestação devido a mais um assassinato no Rio de Janeiro, do garoto Kelvin Gomes. pic.twitter.com/jgyZWJUL3q
— ?Prof. Sergio. Mais Ciência, menos atraso. (@ProfSergiones) October 11, 2019
Leia a nota divulgada pela Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, na tarde desta sexta-feira (11/10), equipes do 41º BPM (Irajá), por medida de segurança, acompanhavam o sepultamento do jovem Kelvin no cemitério de Irajá.
Após o enterro, um grupo que participava do cortejo obstruiu a via e depredou um ônibus que passava pela Avenida Monsenhor Felix. Policiais intervieram e resgataram o motorista do ônibus. Houve um princípio de tumulto, momento em que um dos policiais se descontrolou e realizou disparos de arma de fogo. O militar foi preso em flagrante e encaminhado à 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). Ele será avaliado e acompanhado pelo setor de psicologia.
O comando da Polícia Militar reitera que a conduta do policial não é condizente com os protocolos de atuação instruídos e empregados pela Corporação. A PMERJ reafirma ainda o seu compromisso em não tolerar ações descabidas de seus integrantes, punindo com rigor os envolvidos em tais incidentes.
Os vídeos que circulam nas redes sociais estão sendo analisados e serão utilizados na apuração da Corregedoria.
Com informações: O Dia

