Foi inaugurado, nessa sexta-feira (04), o Museu dos Corais, um espaço interativo e inclusivo sobre os oceanos com foco na conservação desses animais marinhos. O Museu dos Corais é uma iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), através de recursos financeiros do Instituto Serrapilheira, a primeira instituição privada, sem fins lucrativos, de fomento à ciência no Brasil. Na ocasião, também ocorreu o lançamento do “Passaporte das Unidades de Conservação”, que divulga as Unidades de Conservação Estaduais.
O Museu dos Corais, repleto de recursos e informações sobre a conservação desses organismos marinhos, convida o visitante a fazer uma viagem nos oceanos, especificamente nos recifes de corais do Litoral Norte Potiguar, trazendo informações sobre o estado atual de conservação dos ambientes coralíneos e a importância da educação ambiental para a manutenção das áreas. Utilizando um rico acervo de exemplares da fauna, atividades interativas e instalações artísticas, o equipamento apresenta as espécies ameaçadas e as áreas foco da APARC, além das diversas ações e projetos desenvolvidos para a proteção desse ambiente.
A solenidade de inauguração contou com a presença do vice-governador do RN, Antenor Roberto; da Tenente Coronel Rosalina (BPAmb); do operador turístico, Marcelo Zsigmond; do secretário da Semarh, João Maria Cavalcanti; do Pró-reitor de Extensão da UFRN, Graco Viana (representando o reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo); do prefeito de Rio do Fogo, Márcio Luis; do Capitão representando o 3º Distrito Naval, Allan Kardec; do coordenador do projeto Museu dos Corais, profº Guilherme Longo; do diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, de membros do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação (NUC) e comunidade local.
“O que vemos hoje é o resultado de uma parceria sólida entre o Governo do RN, através do Idema e a Universidade Federal que juntos concretizaram este novo aparelho turístico para agregar valor científico, cultural e de conservação aos já tão belos passeios nos parrachos do nosso Litoral Norte. É mais uma conquista para os cenários da Conservação e Educação Ambiental em nosso RN. Aqui sentimos um pertencimento e zelo pela coisa pública. Hoje pudemos ver o potencial de uma Área de Proteção, que é marca de um governo desenvolvimentista, que sempre abriu as portas para ciência, setor produtivo e para a comunidade”, afirmou o vice-governador do RN, Antenor Roberto.
O Museu dos Corais localiza-se na sede administrativa da APA dos Recifes de Corais, a maior Unidade de Conservação do Estado do RN, e a única 100% em ambiente marinho. Para a instalação do Museu, foram investidos R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais).
Para o coordenador do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação do Idema, Rafael Laia, a inauguração do Museu era um desejo antigo da gestão da APARC. “Ele é exatamente a conclusão do processo de uma parceria eficiente entre o Idema e a UFRN, em que, através de projetos da própria Universidade, conseguimos desenvolver um equipamento com o objetivo de fazer educação ambiental e sensibilizar os visitantes. O Museu é mais um incentivo para que as pessoas venham visitar a Unidade de Conservação”, celebrou.
Ter uma sala de visitação no Ecoposto dedicado à biodiversidade dos parrachos já era um desejo antigo no Idema. A ideia tomou fôlego, através da iniciativa do Laboratório de Ecologia Marinha da UFRN, coordenado pelo professor Guilherme Longo, que desenvolve diversas atividades de pesquisa na APARC e tem forte atuação na comunicação de ciência, através do perfil do Instagram #DeOlhoNosCorais.
“Nossa ideia é utilizar abordagens interativas, inclusivas e lúdicas, proporcionando um espaço de aprendizado e vivência sobre as características, importância, ameaças e conservação dos oceanos. O intuito sempre foi criar uma ferramenta que pudesse ser utilizada para falar sobre a importância de manter esses ambientes saudáveis em longo prazo, favorecendo sua conservação e uso sustentável. Precisamos mostrar às pessoas como essa biodiversidade é importante para a manutenção da vida”, afirmou Longo.
A gestão da APARC é de responsabilidade do Idema. “Grande parte da comunidade local depende direta ou indiretamente desses ambientes saudáveis, seja através do turismo ou da pesca, e desempenham papel importante para promover sua sustentabilidade ambiental e econômica em longo prazo”, ressaltou o diretor-geral do órgão, Leon Aguiar.
O diretor comentou, ainda, que considera esse momento marcante e fortalecedor da parceria entre o poder estadual com a UFRN. “Aqui tem muita dedicação e empenho. Agradeço às equipes envolvidas, que não mediram esforços para concretizar este equipamento. Vamos seguir em frente em prol do turismo sustentável e de uma educação ambiental cada vez mais fortalecida. Esperamos aproximar visitantes e moradores locais da biodiversidade marinha, para que todos reconheçam seu importante papel na conservação dos parrachos”, disse o diretor-geral do Idema, Leon Aguiar.
Na oportunidade, o prefeito de Rio do Fogo, Márcio Luis, falou sobre o trabalho do Idema. “Vejo a importância de todos que fazem o trabalho de sensibilização, de turismo sustentável e de preservação feito na área, que abrange três municípios. Sem informação nosso conhecimento e vivência ficam limitados. Então, meu pensamento é organizar mais e mais, a visitação turística nos parrachos e incentivar nossas crianças e jovens, por meio da visitação ao Ecoposto da Aparc a conhecerem as belezas e a biodiversidade aqui existente”, destacou.
Os recifes de corais abrigam cerca de 25% da diversidade marinha do planeta, e por isso são conhecidos como “as florestas tropicais dos oceanos”. Apesar de sua alta diversidade, caracterizada por aproximadamente 2 milhões de espécies, estes ecossistemas cobrem menos de 1% da área dos oceanos, e encontram-se distribuídos apenas em regiões tropicais. A riqueza em formas e cores também é uma das principais características dos corais, que favorece associações com organismos de outros grupos, como peixes e crustáceos.
Para a representante da colônia de pescadores de Maxaranguape, Jadeir Regina do Nascimento, “é uma grande satisfação ter esses parrachos conservados com todo o trabalho da gestão da APARC e com os estudos que os professores e cientistas fazem. Essa é mais uma forma de preservarmos nossas espécies, assim como fortalecermos o turismo sustentável. É muito satisfatório conscientizar o uso dessa área”, relatou.
Passaporte
Também foi lançado, nesta sexta-feira (04), o Passaporte das Unidades de Conservação Estaduais do Rio Grande do Norte. A partir de agora, os viajantes ganham um estímulo a mais para conhecer e carimbar na memória as experiências vividas nas 10 UC’s protegidas pelo Estado e também no Cajueiro de Pirangi.
O Rio Grande do Norte possui 253 mil hectares em Unidades de Conservação Estaduais, classificadas em Área de Proteção Ambiental, Parque Ecológico, Parques Estaduais e Reserva de Desenvolvimento Sustentável. O material foi produzido pela equipe técnica do Núcleo de Unidades de Conservação e da Assessoria de Comunicação do Idema.
APARC
A Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais (APARC) foi criada em 2001, por meio do Decreto N° 15.746, com o objetivo de proteger a região marinha que abrange a faixa costeira dos municípios de Maxaranguape, Rio do Fogo e Touros, no litoral norte do Estado.
Com uma área de mais de 136 mil hectares, a APARC assegura a preservação da biodiversidade marinha presente na Unidade com a ocorrência de recifes de corais – considerado o mais diverso habitat marinho do mundo. Face às suas belezas naturais e diversidade biológica, a APA constitui-se como pólo turístico do RN, permitindo a prática do mergulho submarino, visitação aos bancos de corais, pesca artesanal e pesquisas científicas.