A direção do Hospital Giselda Trigueiro, que é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas e no atendimento a pessoas atacadas por animais peçonhentos, solicitou que a Secretaria de Educação recomende às escolas públicas e privadas do Rio Grande do Norte que evitem aulas de campo aumentem a exposição dos alunos a animais peçonhentos e transmissores de raiva. O motivo é a falta de soros na unidade.
O ofício foi encaminhado à pasta na última terça-feira, dia 16, e é assinado pelo diretor-geral do hospital, André Prudente. De acordo com o documento, a recomendação deve perdurar enquanto houver desabastecimento dos soros contra venenos e contra a raiva, além de que sejam evitadas visitas ecológicas, piqueniques, passeios ou quaisquer outras modalidades pedagógicas em matas ou parques, incluindo os urbanos.
“Entendemos que, apesar de importantes, estas atividades expõem os alunos a um maior risco de contato com os animais, justamente em um momento onde não há garantia de tratamento contra suas agressões. Faz-se mister informar que, no momento em que escrevo este documento, o estoque de soros contra a cobra jararaca, ofídio peçonhento que mais provoca acidentes em nossa região, está zerado, assim como o antirrábico”.
De acordo com a direção do hospital, a raiva é uma doença viral com letalidade muito próxima a 100%, transmitida por animais como morcegos, saguis, raposas, equinos, bovinos, suínos, cães, gatos e outros tantos. “Após o ser humano ser exposto ao vírus, por mordedura, arranhadura ou lambedura de qualquer animal infectado, não há outra maneira eficaz de se evitar o óbito que não seja a aplicação de soro e vacina para impedir a instalação da doença”, diz.
Da mesma forma, a aplicação de soro antiveneno é a única medida médica contra as agressões de animais peçonhentos. No Rio Grande do Norte, de acordo com a nota, os principais agressores são a cobras jararacas, cascavéis, cobras corais, além de escorpiões e as aranhas dos tipos armadeiras, aranhas-marrons e viúvas-negras.
Com informações: G1