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Hemonorte faz apelo por doações de sangue no RN

UM ESTOQUE QUE GARANTA TRANQUILIDADE NO SISTEMA DE TRANSFUSÕES NECESSITA DE 600 A 800 BOLSAS. FOTO: DIVULGAÇÃO

O estoque de sangue no Hemocentro do Rio Grande do Norte Dalton Cunha (Hemonorte), está em estado crítico e pode comprometer a segurança transfusional hospitalar. Por isso, necessita que mais pessoas se apresentem para doação. No início desta semana, o Hemonorte contava com apenas 304 bolsas, o suficiente para apenas três dias. Um estoque que garanta tranquilidade no sistema de transfusões necessita de 600 a 800 bolsas.

Historicamente, ao longo do ano, há períodos de maior baixa em doações.  Diante disso, o Hemonorte tem se antecipado e promovido parcerias e ações de divulgação e conscientização sobre a importância da doação. Diariamente, centenas de vidas são salvas por causa do sangue disponibilizado por doadores. A chefe do Departamento de Apoio Técnico do Hemocentro, Miriam Mafra, explicou que a pandemia do novo coronavírus agravou a situação.

“Com o isolamento, os doadores se afastaram, mas os transplantes não deixaram de acontecer, nem o tratamento de algumas patologias ou a realização de algumas cirurgias eletivas em que se fazem necessárias as transfusões sanguíneas”, disse Mafra.

Foram pensadas, então, alternativas com planos de contingência, parcerias com empresas e instituições, além da adoção do modelo de agendamento para os doadores, com a finalidade de garantir a segurança sanitária a esses em meio à pandemia. Mas neste período, além da disseminação do novo coronavírus, com mais casos confirmados e óbitos pela covid-19, as férias também impactaram.

“O doador se ausentou por esses fatores. Nossa média é atender 200 doadores por dia, mas nem todos estão aptos porque passam pela avaliação onde se analisa se dispõem das condições em equilíbrio para realizar a doação. Hoje, nossa média diária está pela metade. Temos que nos antecipar para não correr risco e, para isso, constantemente revemos planos de contingência e capacitação emergencial para sensibilizar as pessoas a verem a doação como algo prazeroso que salva vidas”, ressaltou Miriam Mafra.

Apesar das dificuldades, o Hemonorte não deixou de atender a demanda, justamente por tentar se antecipar à completa falta de sangue. Sabendo dessa dificuldade, a vendedora Bianca Araújo, 24, decidiu realizar sua primeira doação. “Vi uma reportagem falando da falta de doadores e a importância de doar para ajudar outras pessoas. Sempre me coloco no lugar das outras pessoas e, por isso, estou aqui pela primeira vez”, disse a nova doadora.

A iniciativa de Bianca foi espontânea, mas o Hemocentro também aposta na conscientização de familiares de pacientes que estão prestes a realizar cirurgias ou que estão internados. Nesses casos, as famílias ajudam na divulgação direcionando pedidos para a tipagem do paciente, ressaltando que qualquer tipo sanguíneo é aceito. Foi numa dessas situações que o pedagogo Pedro Fonseca Guedes, 37, se tornou doador.

“Há quatro anos, um familiar meu precisou e eu vim doar pela primeira vez e não parei mais. Hoje, estou doando novamente e mais uma vez vai ajudar outro parente que está prestes a realizar uma cirurgia e precisa de sangue”, disse o doador.

Tribuna do Norte

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