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Há 1 ano desaparecia o herói do título do América Futebol Clube em 1969

O PRIMEIRO DEPOIMENTO DO FILHO, COM O MESMO NOME DO ARTILHEIRO, PARA A IMPRENSA BRASILEIRA. FOTO: REPRODUÇÃO

Por José Vanilson Julião – Colaborador

Nesta segunda-feira completou um ano da morte do jogador pernambucano Joaquim Ramos de Souza, o “Alemão” (25/12/45), autor do gol que adiou a festa abecedista e o conseqüente título americano em 1969, o segundo após licenciamento (60 – 66).

Na série uma vitória do alvinegro (0 x 3 – 9/11), um empate (0 x 0 – 23/11) e duas vitórias, a primeira em 16/11, gol único do personagem, e a decisiva (2 x 0 – 30/11), gols de Alemão e Bagadão (João de Deus Gondim Teodósio), do centenário clube da Rua Rodrigues Alves, no bairro do Tirol.

O DEPOIMENTO

– Filho de Severino Ramos de Souza e Maria Rosa Ramos de Souza, mais novo de oito irmãos e outros tantos irmãos de criação.

O pai era fazendeiro, com muitas cabeças de gado bovino, muitos cavalos, entre outros animais.

Desde muito cedo começa a trabalhar para ajudar o pai, inclusive aos nove anos trabalha no hospital que o pai tinha doado o terreno para a construção.

O pai não gostava muito que ele jogasse futebol, mas a vontade e o sonho de jogar fizeram com que ele saísse de casa aos 13 anos.

Aos 16 já tinha a carteira de jogador profissional da Confederação Brasileira dos Desportos.

Casou-se aos 19 anos com Maria Lúcia de Souza. Teve três filhos. O mais velho nasceu no Recife e veio para Portugal com dois meses, o segundo filho nasceu em Aveiro e o terceiro (uma menina) já nasceu em Paredes.

Os principais clubes no Brasil foram: Santa Cruz, Sport Recife, América/PE, Clube de Regatas Brasil (Maceió/Alagoas) e América de Natal/Rio Grande do Norte.

Fez tanto sucesso no Brasil que o levaram para Portugal. Na Europa continuou a sua carreira em 1971, com 26 anos, pela Beira-Mar durante três épocas.

Em 1974 foi emprestado ao Sporting Clube (Covilhã) por dois anos, o único clube que ainda hoje faz homenagem aos antigos jogadores.

Também atua no Espinho, Lourosa, Bragança, Marco (Canavezes) e Paredes. Nestes dois últimos foi jogador e treinador. Ainda treinou o Paço de Sousa, Vila Meã, Cristelo, Gandra e Baltar.

Nestes últimos anos da carreira de profissional de futebol já vinha conciliando com a sua profissão de massagista, a qual continuou a exercer de segunda a segunda até dezembro de 2018.

A característica principal que o definia como pessoa era a alegria de viver! Junto dele nunca ninguém estava triste, sempre a brincar e a contar piadas, cativava toda a gente.

Adorava cantar, era capaz de ficarem horas a cantar e a fazer o seu próprio batuque numa porta, numa mesa ou numa cadeira, desde que fizesse barulho.

Era uma pessoa humilde, muito respeitador e educado, com uma personalidade muito forte e muito inteligente, sem nunca se deixar enganar por ninguém. Sempre foi uma pessoa de dar tudo aos outros, de ajudar tanto a família, como desconhecidos.

Sempre dizia que o grande orgulho e a herança que iria deixar para os seus filhos e seus netos, era a sua história de vida no futebol, de grande jogador e goleador tanto no Brasil como em Portugal, e que por todos os lugares onde jogou e viveu não há ninguém que fale mal dele. Era o seu maior orgulho.

Com a sua profissão de massagista, tratou e curou muita gente de norte a sul de Portugal, até chegou e tirar pessoas do Hospital antes de operarem. No seu trabalho como massagista sempre foi um bom amigo, um bom ouvinte, dava bons conselhos, era como família para a grande maioria dos clientes. Se existem pessoas que nunca deviam ir embora, ele era uma delas, faz muita falta.

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