Uma carta aberta elaborada por um grupo internacional de cientistas, e assinada por outros 3 mil pesquisadores, 4 mil médicos e 65 mil pessoas, pede o isolamento apenas de idosos e pessoas no grupo de risco para a covid-19, a doença infecciosa causada pelo novo coronavírus. O isolamento seletivo, defendido há meses pelo presidente Jair Bolsonaro, é fonte de críticas por ser inviável na prática. Idosos e vulneráveis, afinal, moram com jovens saudáveis, e ficam em risco de qualquer forma.
O manifesto é chamado “The Great Barrington Declaration” e argumenta que a quarentena para conter a pandemia tem causado efeitos negativos na saúde pública e também para a saúde mental da população. O documento foi elaborado por Sunetra Gupta, da Universidade de Oxford, Jay Bhattacharya, da Universidade de Stanford, e Martin Kulldorff, da Universidade de Harvard.
A proposta é causar o efeito conhecido como “imunidade de rebanho” apenas na população mais jovem. Desse modo, com um grande percentual da população infectado e com anticorpos para a doença, as pessoas vulneráveis à covid-19 não seriam infectadas pelo vírus.
“Uma abordagem mais compassiva, que equilibra os riscos e benefícios de alcançar a imunidade de grupo, é permitir que aqueles que estão em risco mínimo de morte vivam a vida normalmente para construir imunidade ao vírus por meio da infecção natural, ao mesmo tempo que protege melhor aqueles que estão em maior risco. Chamamos isto de Protecção Focalizada”, segundo o documento.
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