A Covid-19 tem assustado o mundo inteiro. O risco da infecção provocada pela doença e seus efeitos tem causado grande preocupação, especialmente, às gestantes e mães de recém-nascidos. Devido aos cuidados extras que precisam tomar, desde abril, o Ministério da Saúde incluiu oficialmente as grávidas e puérperas no grupo de risco do novo coronavírus.
Segundo as autoridades de saúde, as gestantes e puérperas são mais vulneráveis a infecções, e, por isso, devem receber cuidados redobrados. Em nota à imprensa, o Ministério explicou que essa consideração partiu da análise de como essas mulheres reagiram a doenças respiratórias semelhantes, como H1N1.
A presidente da Sociedade de Ginecologia do RN (Sogorn), Elvira Mafaldo, frisa que é fundamental o cumprimento à risca das medidas de proteção ao coronavírus por parte das gestantes e puérperas pelo risco potencial de agravo caso venham a contrair a doença. Junto a isto, é indicado manter uma alimentação ainda mais saudável, a fim de fortalecer a imunidade.
Outro importante ponto de atenção às grávidas é a continuidade do pré-natal. “As consultas de pré-natal não devem ser interrompidas, mesmo que sejam mais espaçadas do que em uma rotina normal. A gestante também deve procurar uma unidade de saúde ou o seu médico a qualquer sintoma respiratório ou presença de febre alta. Há evidências de melhores resultados no tratamento da Covid-19 quando os cuidados são tomados no estágio inicial da doença”, orienta.
Um dos maiores riscos para este público, se infectado com o novo coronavírus, explica a ginecologista, é a tendência maior de as mulheres terem partos prematuros e, até mesmo um comprometimento do bem estar do feto. Em um estudo publicado no periódico acadêmico Ultrasound in Obstetrics & Gynecology (UOG), pesquisadores ingleses analisaram 32 mulheres com Covid-19 e dessas, 47% tiveram partos prematuros. De acordo com Elvira, já a transmissão da doença da mãe para o feto, dentro do útero, ainda não foi devidamente comprovada.
No caso das puérperas, é necessário ter ainda maiores cuidados preventivos, pois até seis semanas após o parto, o sistema imunológico dessas mulheres pode estar mais vulnerável, devido às modificações no corpo. “Após a alta hospitalar, pós-parto, é importante que elas permaneçam com um acompanhamento médico”, orienta.
Já em relação às mães infectadas pela Covid-19, o Ministério da Saúde recomenda a continuidade do aleitamento materno, pois considera o benefício do aleitamento para o bebê e a ausência, até o momento, de evidências de transmissão do SARS-CoV-2 por essa via. “Para o momento do aleitamento devem ser adotadas precauções como a sistemática higienização correta das mãos e uso de máscara enquanto estiver amamentando e cuidando do recém-nascido, para evitar o contágio para a criança. Se for preciso isolamento rigoroso da mãe, ela poderá desmamar e outra pessoa ofertar o leite ao recém-nascido”, explica.