O presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil vai se candidatar à reeleição no Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) para o triênio 2020 a 2022. As eleições do Conselho serão em outubro, durante a Assembleia Geral da ONU. Há duas vagas para países sul-americanos e do Caribe. Até então, o Brasil e a Venezuela devem ser os únicos candidatos.
Segundo o presidente, o Brasil apresentará pautas prioritárias para mudanças no conselho. Elas estarão ligadas ao fortalecimento de estruturas familiares e à exclusão de menções de gênero.
Em live no Facebook nessa quinta-feira, 11, Bolsonaro disse que a bandeira do Brasil na disputa visa a “abortar de vez a questão da ideologia de gênero”.
O ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) falou sobre o tema: “Nós temos a bandeira de defender os valores da família dentro do conceito de direitos humanos, que devem ser defendidos, que são os verdadeiros direitos humanos, e também o direito de liberdade, liberdade de expressão, e também né, os valores da família, da igualdade entre homens e mulheres, os direitos da mulher. O que nós também estamos sendo contra é ao que a gente chama de ideologia de gênero, que é uma deturpação do conceito de gênero”.
Segundo o ministro, a ideologia de gênero é “como se fosse uma negação da natureza humana, da própria identidade das pessoas”.
“A ideologia de gênero é um ninho de ratos ideológicos. Na corrupção, você tem um ninho de ratos ideológicos. É uma coisa que tem que tocar fogo porque isso causa danos dentro da saúde da família”, disse, ao citar como exemplo caso de um menino que foi morto e um ano antes teve órgão genital decepado pela própria mãe.
Além das mudanças citadas por Bolsonaro, o governo retirou pontos que costumavam fazer parte de documentos anteriores encaminhados pelo Brasil, como a questão da pobreza, fome, desemprego e a tortura.
O combate à tortura é 1 tema de destaque entre o país e a Organização das Nações Unidas. No início de julho, um subcomitê da ONU notificou o governo brasileiro, pedindo explicações sobre as 11 demissões do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura no país.