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Governo estuda aumentar IR para rendas mais altas e criação de imposto único, diz secretário

Rio de Janeiro - O presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra, fala na comemoração de 50 anos de criação da entidade, no Museu do Amanhã (Fernando Frazão/Agência Brasil)

MARCOS CINTRA ADMITIU QUE PRETENDE CRIAR UM IMPOSTO ÚNICO DESDE QUE A MEDIDA ESTIMULE A PROGRESSIVIDADE DO SISTEMA TRIBUTÁRIO. (FOTO: FERNANDO FRAZÃO)

O novo secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, admitiu nesta quarta-feira, 2, a possibilidade de o governo de Jair Bolsonaro criar uma alíquota adicional de Imposto de Renda para altas rendas. Antes do primeiro turno das eleições, o hoje ministro da Fazenda, Paulo Guedes, chegou a falar em uma alíquota única de 20% para o IR.

“Não iremos ao extremo de ter apenas uma alíquota, mas poucas alíquotas acho que são absolutamente adequadas”, disse Cintra hoje. “E uma alíquota adicional para altas rendas”, acrescentou, ressaltando que ainda não dá para estabelecer números ou parâmetros para qual renda.

Para outros tributos, Cintra admitiu a criação de um imposto único, mas reconheceu que é preciso ter progressividade. Ele afirmou preferir a tributação sobre movimentações financeiras (nos moldes da antiga CPMF), mas disse que é possível também criar um Imposto sobre Valor Agregado  (IVA) ou um imposto sobre o faturamento de empresas.

“Ainda analisamos alternativas”, afirmou Cintra após a cerimônia de transmissão de cargo para o ministro da Economia, ocorrida nesta tarde. A proposta do tributo sobre movimentações financeiras também já foi defendida por Guedes.

Antes do envio da proposta de reforma tributária, porém, Cintra afirmou que haverá medidas de simplificação que serão preparadas pelo novo governo. Ele lembrou que a Receita Federal já tem um projeto de simplificação de PIS/Cofins que pode ser aproveitado. “Unificação de tributos é processo que deve ocorrer paralelamente”, afirmou.

O secretário especial da Receita defendeu que o sistema tributário brasileiro tenha progressividade e que “é fundamental ter sistema de baixa tributação e ampla base”.

Estadão

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