Para marcar o centenário do advogado, jornalista e professor Luiz Ignácio Maranhão Filho, o Governo do Rio Grande do Norte deu início à programação em memória do humanista que em 1974 foi preso em São Paulo e nunca mais retornou a sua cidade natal, sendo considerado um desaparecido político. Os eventos tiveram início nessa segunda-feira (25), no Auditório da Escola de Governo, com o lançamento do selo comemorativo, idealizado pelo cartunista Cláudio Oliveira e executado em parceria com os Correios, e com o recital do cordel assinado por Crispiniano Neto, presidente da Fundação José Augusto (FJA).
A atividades do Centenário estão sendo conduzidas pela FJA junto com o Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP) e pela comissão criada especialmente para este fim, presidida pelo economista e ativista dos direitos humanos, Roberto Monte. A programação, elaborada pela Comissão dos 100 anos, tem como principal objetivo evidenciar a memória do homem que lutou por uma sociedade mais justa, pela democracia plena e pelo direito à livre expressão.
“Toda a gratidão pela vida e história de Luiz Maranhão, um homem justo, um homem inteligente e sagaz. Sua luta é sagrada para nós, pois é a luta por igualdade de direitos, por cidadania e pela democracia”, afirmou a governadora Fátima Bezerra durante a solenidade que marcou o início das homenagens. Ela destacou ainda que nenhum ato trará de volta a vida dos ativistas políticos ceifados pela ditadura ou por qualquer outro sistema de opressão: “mas, todos os atos importam para a gente continuar lutando”.
Como primeira governadora de origem popular do Rio Grande do Norte, ela enfatizou que o Governo do RN jamais abrirá mão de lutar pela democracia e vê como um dever cuidar da camada mais vulnerável da população, composta pelas pessoas que mais têm seus direitos violados. “No nosso governo, a defesa dos direitos humanos não é com discursos, mas é com gestos, como a criação da Semjidh, conduzida pela companheira Eveline Guerra, que é pautada por ações inclusivas desenvolvidas para apoiar, valorizar e defender as mulheres, os jovens, as populações indígenas, quilombolas e ciganas, os povos de terreiro e as comunidades LGBTQI+”, disse ao se referir à Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, criada no início da gestão, em 2019.
“Aqui já foi mencionada a grandeza humanista de Luiz Maranhão, irmão do político Djalma Maranhão, que também foi um potiguar que deixou um legado gigantesco para o nosso estado”, acrescentou Fátima.