
TEMER ANDA IRRITADO COM A MÁ COMUNICAÇÃO DO GOVERNO E QUER REFORÇAR RESPOSTAS A DELAÇÕES E A CRÍTICAS ÀS MEDIDAS DO GOVERNO. (FOTO: JORGE WILLIAM)
Após a revelação da delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que arrastou as cúpulas do Palácio do Planalto e do PMDB do Senado para o centro da Lava-Jato, governistas avaliam a possibilidade de pedir a anulação da delação por ter sido vazada antes mesmo da homologação pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O grupo que defende a ação lembra, por exemplo, que a delação do diretor da OAS, Léo Pinheiro, que implicava o ministro do STF, Dias Toffoli, não foi homologada, depois de uma série de vazamentos.
No sábado, menos de 24 horas depois da divulgação do conteúdo do depoimento de Melho Filho à Procuradoria Geral da República, o procurador-geral Rodrigo Janot criticou o vazamento e anunciou rigorosa investigação.
Segundo um peemedebista defensor da anulação, a medida daria ao governo, pelo menos, um discurso político. Uma vez não homologada, a denúncia não poderia ser considerada verdadeira. Ainda assim, este mesmo interlocutor do partido reconhece que, juridicamente, as declarações de Cláudio Mello Filho ainda poderiam ser usadas como ponto de partida para outras investigações.
A ideia, no entanto, não tem consenso no Planalto. Um auxiliar presidencial disse que o momento é de analisar “com frieza” todos os cenários, sem que haja precipitação. Nesta avaliação, a tese da anulação acaba enfraquecida porque, diferentemente da OAS, a delação da Odebrecht já foi assinada com o Ministério Pùblico Federal.

