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Governadores do Nordeste repudiam fala de Bolsonaro sobre filmagem de leitos

FOTO: DIVULGAÇÃO

Os nove governadores do Nordeste divulgaram carta (íntegra) nesta sexta-feira (12) na qual repudiam fala do presidente Jair Bolsonaro que estimulou a população a entrar em hospitais e filmar as instalações para mostrar se leitos estão ocupados ou não. “Não é invadindo hospitais e perseguindo gestores que o Brasil vencerá a pandemia”, dizem os governadores na carta.

Em uma transmissão ao vivo na noite de ontem (11), o presidente pediu a apoiadores que “arranjem”  um jeito de entrar em hospitais públicos ou de campanha que atendam pacientes com a covid-19 para filmarem o interior das instalações. Segundo ele, a ideia seria mostrar a real dimensão da epidemia causada pelo novo coronavírus. Com essa sugestão, Bolsonaro levantou a hipótese de que os dados referentes à doença no país estariam sendo manipulados. Ele chegou a dizer que, apesar de gostar do ex-ministro Henrique Mandetta, ele “deu uma inflada” nos números sobre a covid-19.

Os governadores afirmam que, ao recomendar que a população vá aos hospitais, Bolsonaro atenta contra todos os protocolos médicos, desrespeitando profissionais e colocando a vida das pessoas em risco, principalmente aquelas que estão internadas nessas unidades de saúde.

“O presidente Bolsonaro segue, assim, o mesmo método inconsequente que o levou a incentivar aglomerações por todo o país, contrariando as orientações científicas, bem como a estimular agressões contra jornalistas e veículos de comunicação, violando a liberdade de imprensa garantida na Constituição.”

No documento, os governadores da região afirmam também que, desde o início da pandemia, têm buscado atuação coordenada com o Governo Federal, porém queixam-se da ausência de resultados.

“O Governo Federal adotou o negacionismo como prática permanente, e tem insistido em não reconhecer a grave crise sanitária enfrentada pelo Brasil, mesmo diante dos trágicos números registrados, que colocam o país como o segundo do mundo, com mais de 800 mil casos”, prossegue o documento.

Congresso em Foco

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