Desde o dia 15 de julho, uma nova campanha da Globo tem sido veiculada no intervalo do Jornal Nacional, o horário publicitário mais caro da televisão brasileira. A emissora que completou 55 anos em abril promove autoelogio a seu padrão de qualidade. Na interpretação do canal, oferecer uma programação de alto nível é um ato de respeito ao telespectador.
A Globo tem tanto sucesso porque tem responsabilidade em tudo o que faz”, diz um trecho do texto lido por várias celebridades da teledramaturgia e âncoras do jornalismo.
Estão no vídeo Poliana Abritta, Tadeu Schmidt, Renata Vasconcellos, William Bonner, Débora Bloch, entre outros.
“Quem aparece na Globo aparece bem na vida, na sala e na mão de milhões de uns”, afirma Maju Coutinho ao final da peça publicitária que destaca os tais ‘100 milhões’ de brasileiros que a Globo diz atingir com a TV e as plataformas digitais.
Cada participante da campanha gravou seu vídeo em casa, a partir de um kit de filmagem enviado pela equipe de produção. Depois o material foi editado e finalizado com os mesmos efeitos de iluminação, grafismo e áudio. Simples e eficiente.
Não há problema algum em a Globo propagar suas inegáveis qualidades. Contudo, essa campanha suscita uma análise comparativa. Na teledramaturgia, a emissora carioca já viveu momentos mais criativos. Nos últimos anos, a maioria de suas novelas e séries foi criticada pela repetição dramatúrgica. Falta ousar, surpreender.
No momento, o jornalismo colhe bons índices de audiência, com relevante repercussão na mídia e na sociedade, por conta dos factuais da política, da economia e da crise de saúde provocada pela pandemia de covid-19. Mas tantas ‘hard news’ (notícias quentes) empurram para o segundo plano o imprescindível jornalismo investigativo e outras temáticas igualmente importantes.
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