Defensor intransigente da chamada “nova política”, o deputado federal eleito, General Girão (PSL), não avalizou a indicação do deputado federal Rogério Marinho (PSDB) para ocupar o cargo de Secretário da Previdência do governo do presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista exclusiva ao BLOG DO FM, Girão preferiu não polemizar em torno assunto do assunto, embora informações de bastidores indiquem que ele não recebeu de “bom grado” a confirmação do nome de Marinho no governo federal.
Cauteloso com suas declarações, Elieser Girão Monteiro Filho, o General Girão, evitou ao longo de toda entrevista entrar em uma linha de contestação direta com relação à indicação de Rogério Marinho, mas revelou que disse ao Presidente da República que no Rio Grande do Norte “a maioria foi contra (a indicação), mas também tem gente a favor”.
Girão fez questão de enfatizar que não teve qualquer participação na indicação do deputado potiguar. “Não foi minha indicação. Eu só conheço Rogério Marinho de cumprimentá-lo “bom dia”, “boa tarde”, “como vai o senhor?”, disse.
E acrescentou: “me desculpe, mas eu sou contra esse troço de indicações. A indicação nesse caso (de Rogério Marinho) é feita ou referendada pelo presidente, ouvindo o ministro escolhido. No caso de Rogério Marinho, o presidente Bolsonaro escolheu Paulo Guedes e Paulo Guedes, por conhecer o trabalho legislativo (de Rogério Marinho) na Câmara Federal, escolheu um cara que eles acham que pode ajudá-los na reforma da previdência, que é uma das prioridades de Bolsonaro”.
Girão desabafa e confessa que é difícil “fazer uma nova politica” no Brasil. “A gente tá tentando fazer uma ‘nova politica’, mas é muito difícil fazer uma ‘nova politica’ no meio de gente que insiste em fazer uma velha politica”, lamenta.
Ao longo da entrevista, Girão, além de se posicionar sobre a indicação de Rogério Marinho, deu declarações que revelam nas entrelinhas o seu pensamento político e como será a sua relação com o governo Bolsonaro, conforme segue abaixo:
– Eu posso dizer que concordo ou não concordo com a indicação de Rogerio Marinho, eu particularmente cheguei para Bolsonaro e disse assim: “no meu Estado a maioria foi contra, mas também tem gente a favor, e ponto”.
– Eu não vou chegar para Bolsonaro e dizer: “você indicou um cara que não concordo”. Eu seria injusto coma minha consciência de dizer isso ai, pois tem pessoas que gostam de Rogério Marinho e pessoas que não gostam. Esse é o meu posicionamento.
– É uma indicação do presidente, uma escolha feita pelo presidente, com o ministro Paulo Guedes. Como deputado federal eleito pelo partido de Bolsonaro, eu tenho que apoiar a governabilidade de Bolsonaro no Brasil, e vou fazer isso até o último dia do meu mandato.
– Se Bolsonaro fizer alguma coisa errada, eu vou chegar para ele e dizer: “não concordo, sou do seu partido, mas não concordo”.
– Eu não fui eleito por Bolsonaro. Eu fui eleito pelos meus 81.639 mil votos. Esse é o posicionamento de um político da ‘Nova Política’. Os cargos que Bolsonaro está escolhendo são cargos técnicos, ele está escolhendo por merecimento. Antes eram cargos por indicação e as pessoas não queriam nem saber quem estava sendo indicado, o que fazia, o que não fazia. Botava lá para receber um dinheiro, para dar um apoio, para mandar votar em que ele quiserem. Esse era o retrato da velha política.