Cerca de 200 manifestantes exaltados picharam o portão, a calçada e o asfalto diante do imponente edifício, além de espalhar grande quantidade de lixo na entrada principal, impedindo a passagem de funcionários e veículos.
O motivo do protesto foi a matéria de capa da edição de Veja daquela semana. A revista afirmava que Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva tinham pleno conhecimento do esquema de propinas na Petrobras.
Na Globo, há preocupação de que uma manifestação igualmente convulsiva aconteça em frente da sede paulista do canal, no bairro do Brooklin, caso o ex-presidente Lula seja solto.
Nos próximos dias, ele poderá ser beneficiado pelo julgamento da prisão em segunda instância pelo plenário do STF ou por um pedido de habeas corpus a ser decidido pelo ministro Gilmar Mendes.
Em entrevistas na sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde está preso desde abril de 2018, Lula disse repetidamente que se sente perseguido e prejudicado pelo jornalismo da Globo.
Deixou evidente a fúria sentida por William Bonner, âncora e editor-chefe do Jornal Nacional, e contestou mais de uma vez a razão de a emissora nunca ter enviado alguém para entrevistá-lo na PF.
Um diretor e alguns jornalistas da Globo, ouvidos pelo blog, admitem temer a ocorrência de novos ataques hostis contra equipes de reportagem do canal, assim como aconteceu nos protestos de rua de 2013 e ao longo de meses seguintes.
Repórteres experientes como Caco Barcellos, Bette Lucchese, Vandrey Pereira e Gabriel Prado (da GloboNews) foram ameaçados durante a cobertura de protestos.
Na época, a canopla de microfone com a logomarca da Globo foi tirada em vários momentos para dificultar a identificação dos profissionais da emissora e, assim, evitar intimidação nas ruas.
Terra