O Dia da Indústria foi marcado, no Rio Grande do Norte, pela live, no início da noite desta segunda-feira (25/05), com o presidente da FIERN, Amaro Sales, e os empresários Flávio Rocha (Riachuelo), Pedro Lima (3Corações) e Antônio Jales (SterBom). Na live, que teve mais de 600 participantes, eles fizeram uma análise sobre a atual momento da economia e destacaram as perspectivas de retomada.
A transmissão ao vivo — que foi acompanhada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, diretores, gestores do Sistema FIERN e empresários — também abriu a programação especial da Semana da Indústria no Estado, que, neste ano, na FIERN, será com webinars e videoconferências, em função das medidas de prevenção contra a pandemia do coronavírus.
Os empresários analisaram a situação que o setor produtivo enfrenta no Estado, as medidas que adotaram em suas empresas por causa da pandemia e demonstram confiança na resiliência, criatividade e capacidade de adaptação dos empreendedores para reerguer e crescer a economia potiguar no período pós-quarentena.
“Precisamos fazer, neste momento, uma verdadeira Revolução Industrial, com os empresários discutindo junto ao governo esta retomada. Temos a certeza de que vamos trabalhar para ter um Rio Grande do Norte melhor e a Federação vai atuar no sentido de contribuir para que tenhamos esta retomada, buscando a unidade empresarial, das autoridades do governo. Essa união é importante neste momento”, destacou o presidente da FIERN.
Ele disse que o Brasil passa por um reaprendizado e o Estado também precisa se adaptar. “Estamos aqui enquanto Federação das Indústria atuando para que tenhamos esta retomada”, destacou.
O empresário Flávio Rocha lembrou que, no primeiro momento, quando o problema da pandemia se apresentou, o grupo Guararapes e Riachuelo, que está presente nos 27 estados, adotou as medidas recomendadas para preservar a vida de seus colaboradores e clientes. Foram fechadas 320 lojas físicas e fábricas entraram em férias coletivas.
Ele disse que é preciso refletir também que após a “primeira onda” das implicações do coronavírus, haverá a “segunda onda”, que são as consequência econômicas, provocadas pelos efeitos econômicos e da queda de renda, com possíveis danos humanos também sérios e graves. “Se olhar apenas a doença, o dano pode ser maior do que a própria doença”, alertou.
Mesmo assim, Flávio Rocha destacou que não tem uma perspectiva pessimista. “Tão logo passe a pandemia, a gente volta ao normal e podemos ver, nos países que voltam ao normal, um consumir que não está intimidado, enclausurado. Por isso, que vejo com certo otimismo, desde que não se erre na dosagem [período da quarentena]”, disse.
Ele afirmou também que a economia atual está na Era do Conhecimento, o que favorece à retomada. Em cidades nas quais lojas do grupo estão sendo reabertas, estão em execução novos procedimento, com protocolos rigorosos de higiene, provadores isolados, disponibilidade de álcool gel e outros cuidados. O empresário também observou que não houve “canibalização”, nestas lojas que retomaram, do comércio online, que nestes meses de quarentena, chegou a ter um crescimento de até 700% em maio.
“Então, se não houver um estrago tão grande, pode haver uma retomada rápida. Os período pós-guerra e pós-pandemia tem muito em comum, as pessoas se reencontram com a alegria de viver, com a felicidade. E a economia pode ter um novo consumidor”, disse.
O empresário Pedro Lima também analisou as dificuldades da atual situação e demonstrou confiança na capacidade do setor produtivo do Estado de superar o atual momento.
Ele destacou estar certo de que a FIERN vai colaborar na retomada. “Amaro [Sales, presidente da FIERN e da Associação Nordeste Forte] é o líder dos empresários do Estado e da região, e conduz essa liderança com sabedoria, maestria e responsabilidade”, pontuou.
Segundo Pedro Lima, desde que as autoridades em saúde, inicialmente, informaram sobre a pandemia tem transmitido aos 6.500 colaboradores do Grupo 3Corações, que resiliência, coragem e fé guiarão o caminho para que “se chegue ao outro lado”. “Depois desta situação, estaremos transformados e fortalecidos”, ressaltou.
Pedro Lima narrou que uma das primeira medidas adotadas foi reunir o comitê de crise do grupo empresarial e tomar a decisão de adotar um conjunto de procedimentos que estão sendo adotadas para preservar a saúde dos colaboradores. “Tomamos medidas importantes e fomos pioneiros a usar a telemedicina, além da medição da temperatura e outros cuidados. Graças a esses procedimentos temos resultados extraordinários, com responsabilidade e fazendo as coisas direitos”, comentou.
O empresário Antônio Jales destacou a necessidade de estimular os investimentos privados para que o Rio Grande do Norte encontre o caminho do desenvolvimento. “As pessoas precisam de oportunidade. Tenho certeza que haverá o apoio aos empresários que queiram produzir no Estado”, apontou.
Ele reafirmou que é preciso incentivar a produção local para evitar que a própria indústria que já está instalada no RN precise ir em busca de fornecedores em outros Estados. Antônio Jales citou com exemplo a própria SterBom, que precisava adquirir casquinha de sorvetes fora do território potiguar, mas passou a ter produção próprio e, hoje, vende para outras estados. “Isso é importante para o RN, porque os empregos ficando aqui, há desenvolvimento”.
Grande Ponto