O Observatório da Indústria Mais RN, núcleo de planejamento estratégico contínuo da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), realizou um balanço com indicadores econômicos da indústria em 2023 e aponta os desafios para o estado em 2024. O levantamento faz um comparativo entre dados econômicos do ano passado com o ano de 2022.
Na medição do valor econômico gerado e da riqueza produzida pela indústria potiguar, houve crescimento no setor de Serviços Industriais de Utilidade Pública, que abrange atividades de geração e distribuição de energia, fornecimento de gás, serviços ambientais de água, esgoto e gestão de resíduos, que teve aumento de 500% em comparação com 2022. Por outro lado, os setores Extrativo Mineral (-85%), Indústria de Transformação (-27%) e Construção Civil (-57%), demonstraram quedas, acentuadas pela pandemia.
Já nas movimentações de vagas criadas e novos empregos gerados, a indústria potiguar cresceu 2,7%. Destacam-se os de Fabricação de motores, transformadores, motores elétricos (+17%) e Fabricação de equipamentos para distribuição elétrica (+8%), impulsionados pela expansão das energias renováveis no estado. Porém, diversos outros setores da indústria tiveram variação negativa, como plástico e borracha (-1,39%), Celulose e papel (-4,8%), Indústria têxtil (-7,9%) e Fabricação de móveis (-9%). A Construção Civil apresentou a maior criação proporcional de vagas no estado, crescendo aproximadamente 18%, com destaque para o segmento de Construção de edifícios (+19%).
Os dados mostram que o Rio Grande do Norte enfrenta um processo de desindustrialização iniciado em 2012 e muitos setores ainda não recuperaram os antigos patamares. “A Indústria de Transformação e a Extrativa, apresentam tendências positivas recentemente, mas são insuficientes para representar uma retomada econômica”, afirma o gerente do Observatório da Indústria Mais RN, Pedro Albuquerque.
DESAFIOS COMPETITIVOS
De acordo com o gerente do Observatório da Indústria, o grande desafio competitivo do Rio Grande do Norte reside em três áreas essenciais: infraestrutura logística, eficiência da máquina pública e Educação. “Portanto, para alcançarmos crescimento industrial em 2024, apenas através de uma ação de Estado que olhe no longo prazo e integre áreas estratégicas”, destaca.
“Educação, infraestrutura e legislação devem evoluir juntos com metas e objetivos traçados para o curto, médio e longo prazo. Tudo isso pode se iniciar através da aprovação da Política Industrial Potiguar, que inclusive viria em momento oportuno, uma vez que o Governo Federal também discute a Política Industrial do Brasil”, acrescenta o gerente do Observatório da Indústria.
“A posição geográfica estratégica do RN se torna um ativo apenas se estiver munido de infraestrutura robusta de conexão e integração com outros estados e com demais continentes. Já a eficiência da máquina pública significa procedimentos ágeis e informatizados para licenciamento, com emissão de certidões e custos proporcionais. E a Educação fecha o tripé para a sustentabilidade do desenvolvimento industrial potiguar”, conclui Pedro Albuquerque.
Para o presidente da FIERN, Roberto Serquiz, alguns movimentos recentes trazem otimismo para o setor industrial potiguar. “O otimismo se renova com a chegada da Zurich Airport para a gestão do Aeroporto Internacional de Natal. A empresa tem uma experiência muito boa no estado de Santa Catarina, então traz boas expectativas”, afirma. “O anúncio da regulamentação pelo Governo das Lei das Parcerias Público-Privadas também pode colaborar com a melhoria da infraestrutura, bem como a perspectiva de chegada de recursos federais para as estradas”, conclui.
Agora RN