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Fiern diz que 97% das micros tiveram queda de mais 50% no faturamento e 31% demitiu 50% dos funcionários

FOTO: ILUSTRAÇÃO

A ‘Pesquisa FIERN com industriais do Rio Grande do Norte sobre COVID-19’ lançada, nesta segunda-feira (20), pelo Sistema FIERN no âmbito do Mais RN, traça um panorama de como as empresas industriais do estado estão se comportando diante da pandemia do novo coronavírus e que ações têm adotado para o enfrentamento dos efeitos da COVID-19 na economia. A ideia é que a amostra represente o universo das indústrias do RN (aproximadamente 90% micro e pequenos) com o objetivo de compreender o impacto do COVID-19 nas atividades industriais e sondar qual a situação da indústria potiguar.

O documento foi elaborado pelas equipes técnicas do MAIS RN, das Unidades de Mercado e de Comunicação e Marketing da FIERN, com assessoria do consultor Mardone França e suporte técnico da  empresa Thémata. A pesquisa foi feita com 139 indústrias (micro, pequenas médias e grandes) de várias regiões do estado e vários segmentos produtivos, entre os dias 14 e 15 de abril. O questionário foi aplicado por uma força tarefa coordenada pela equipe de mercado do SESI, por meio de ligações telefônicas.

A sondagem mostra que 53% das indústrias do RN tiveram que parar suas atividades em algum grau e 35% paralisaram mais de 50% de suas atividades (principal setor afetado foi o têxtil e confecções). O público mais afetado foram as micro (51% das empresas que tiveram que parar mais da metade de suas atividades), em 97% houve queda de mais de 50% no seu faturamento e 31% precisou demitir mais de 50% dos seus funcionários.

Quando divididas por porte, 75% das grandes empresas não pararam suas atividades, sendo esse o segmento que mais teve força em continuar nas circunstâncias atuais. Ainda assim 25% teve parada. As médias tiveram dinâmica semelhante às grandes indústrias. Aproximadamente 73% não pararam e 27% tiveram algum tipo de parada; sendo que 17% das indústrias médias pararam mais de 50% de suas atividades. Já nas pequenas empresas a situação diverge dos segmentos anteriores, uma vez que apenas 39% não pararam; 59% tiveram que parar as atividades em algum grau e 37% precisou parar mais da metade da indústria. As micro indústrias refletem os valores globais da pesquisa, pois se observa que 55% precisaram parar; dessas 38% parou mais da metade das atividades, o que faz deste segmento o mais afetado.

O levantamento também apontou que 40% das indústrias do RN suportam somente um mês nas atuais circunstâncias. Especificamente micro e pequenas constituem esse grupamento. Sobre esse grupo de risco, 53% já passou por demissões. No que tange as demissões, 39% das empresas já demitiram. E 12% das indústrias do RN tiveram que demitir mais da metade de seus funcionários. O público que mais sofreu com demissões também foram as micro 80%).

A pesquisa indica que 65% das indústrias precisaram renegociar contratos de trabalho internamente e que dentro dos 35% que não renegociaram seus contratos podem existir empresas que partiram imediatamente para demissões.

Sobre as vendas e faturamento, 56% das indústrias já apresentam quedas, das quais 28% já são maiores de 50% do esperado. Indústrias de todos os tamanhos sofreram esse impacto, especialmente as micro (33%) e médias (43%), dos segmentos de laticínios e derivados de leite, metal mecânica, têxtil, fabricação de doces, artefatos de concreto e gráfica. As empresas veem alternativas como rodada de negócios entre empresas e cursos online para funcionários como boas soluções para este momento; 78% estão com problemas com fornecedores e 57% não buscou apoio em banco. Apenas 4% das indústrias relatam ter tido aumento de faturamento.

A pesquisa revela que um terço dos industriais ouvidos vê como única solução a retomada do comércio. Aproximadamente 40% acham importante ter rodada de negócio com bancos e 37% necessitam de suporte jurídico. No âmbito das iniciativas do Poder Público, 85% observam no governo federal as medidas mais importantes para a economia, 10% vê na prefeitura e 5% no Governo do Estado, segundo a pesquisa.

Sobre contribuições do Sistema Indústria (FIERN, SESI, SENAI e IEL) para auxiliar as indústrias, 65% responderam“Rodada de Negócios com bancos” e “suporte jurídico”. Em defesa de interesses aparecem sugestão de ações como intervir junto aos governantes para as empresas não fecharem; intermediar e exigir medidas do governo federal; fazer uma intermediação entre o setor produtivo e o governo do RN para flexibilizar o pagamento dos impostos, entre outros.

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