Dentre os milhares de vereadores eleitos nestas eleições de 2024, estão diversos condenados por crimes que incluem homicídio, estupro, tráfico de drogas e até envolvimento com uma organização criminosa. Há até um candidato procurado pela Justiça por homicídio culposo eleito no último dia seis.
Um deles é Carlos Wagner Martinho, o ‘Vavá’. Ele foi eleito vereador em Mossoró, no Rio Grande do Norte, pelo partido Rede. Ele responde a um processo por associação ao tráfico, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele é condenado a seis anos de prisão por tráfico de drogas na Paraíba, envolvido em uma quadrilha que movimentou mais de R$ 190 milhões em cinco anos.
Em Lagoinha do Piauí, Givanildo Soares, o ‘Gilvan’, foi eleito pelo MDB. Ele é condenado a quase três anos de cadeia por um atropelamento em Marabá, no Pará. Mas, segundo a Lei da Ficha Limpa, nem ‘Gilvan’, nem ‘Vavá’ poderiam se candidatar. A legislação afirma que condenados por 10 tipos de crimes, como homicídio, são inelegíveis.
Para o advogado Alberto Rollo, especialista em Direito Eleitoral, houve uma falha nos tribunais regionais eleitorais. “Nosso sistema não está todo integrado, então pode haver falha na comunicação entre estados de condenações que não foram devidamente anotadas ou pesquisadas”, explica.
O Ministério Público de São Paulo revelou em uma investigação que parte do dinheiro do tráfico de drogas foi usada para apoiar candidatos a vereador e prefeito em várias cidades do país. Um deles seria Leandro César de Souza, preso antes de registrar a candidatura. Em áudio obtido pelo Jornal da Band, ele debocha de eleitores em uma conversa com a mulher de um líder do PCC.
“Brincadeira, vou mandar seu dinheiro hoje, minha amiga, eu sou eleito, eu sou eleito. O povo gosta de ser enganado, eu sou eleito já! Você vai votar em mim”, disse no áudio.
Band