SELO BLOG FM (4)

Federações e seturn vão à justiça para tentar evitar prejuízos com paralisação prevista para amanhã

 PRESIDENTES DE ENTIDADES EMPRESARIAIS CONCLAMAM SOCIEDADE A ATENTAR PARA A NECESSIDADE DE GERAR EMPREGO E RENDA QUE O MOMENTO DA ECONOMIA IMPÕE AO PAÍS

PRESIDENTES DE ENTIDADES EMPRESARIAIS CONCLAMAM SOCIEDADE A ATENTAR PARA A NECESSIDADE DE GERAR EMPREGO E RENDA QUE O MOMENTO DA ECONOMIA IMPÕE AO PAÍS

As Federações do Comércio, das Indústrias e dos Transportes, em conjunto com o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Natal (Seturn), deram entrada nesta quarta-feira, 23, em uma ação judicial que tem como alvo eventuais prejuízos que a paralisação geral convocada pelas entidades sindicais do país para esta sexta-feira, 25 de novembro possa trazer no Rio Grande do Norte. A  “Ação de Obrigação de Fazer, com Pedido de Tutela Antecipada” pede que o Estado, por meio das autoridades constituídas, seja instado a garantir que, “… embora haja a reunião dos protestantes, permita-se a passagem, ainda que reduzida, de pessoas e automóveis e a segurança da população e dos empregados das empresas permissionárias do serviço de transporte urbano”.  A medida tem o apoio, ainda, da Faern, Associação Comercial, FCDL e CDL Natal.

No entendimento dos empresários, há uma grande preocupação e perplexidade com a paralisação. Segundo deles, a atitude vai de encontro ao sentimento que vem permeando a sociedade brasileira e também se choca com a necessidade que o atual momento de dificuldades econômicas impõe ao Brasil. Além disso, no caso específico do comércio, o dia 25 de novembro é a Black Friday, data promocional importada dos EUA e que já consegue grande mobilização de consumidores no Brasil. Caso haja de fato a paralisação, os prejuízos para o setor serão amplificados.

“A hora, no nosso entendimento, é de arregaçar as mangas e de trabalhar. Precisamos produzir, gerar emprego e renda para nosso povo. Esta, sim, é a melhor maneira de caminharmos para superar as dificuldades. Parar o país, os estados e as cidades é ‘jogar contra’ o esforço que vem sendo feito pela maioria da sociedade brasileira no sentido de retomarmos o rumo do crescimento”, afirma o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN, Marcelo Queiroz.  Ele ressalta ainda que a medida judicial tem como objetivo garantir a ordem e o respeito aos preceitos constitucionais, no caso de serem efetivamente realizados a paralisação e os protestos.

Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiern), Amaro Sales, diz que é preciso respeitar limites. “É inadmissível que, diante de tanto desemprego, trabalhadores sejam impedidos de acessarem seus locais de trabalho. O direito de manifestação é indiscutivelmente  legítimo, desde que respeite limites e o direito dos outros. Sinceramente, lamento bastante a insensatez de um protesto que tenta parar o Brasil, obstruindo o trabalho e a produção, valores estratégicos para a verdadeira retomada do crescimento econômico e, consequentemente, para a melhoria de vida de todos os segmentos sociais”, afirma Sales.

O presidente da Federação dos Transportes do Nordeste (Fetronor), Eudo Laranjeiras, classificou o movimento de “absurdo”. “Num momento em que o país está precisando trabalhar. Numa hora em que estamos precisando de empregos – afinal, temos 12 milhões de desempregados no país – não é possível que pessoas pensem em atrapalhar todo o setor produtivo e o ir e vir da população, realizando um movimento absurdo, em um dia de semana, útil, prejudicando todos os que querem trabalhar e as empresas, que estão com o 13º salário para ser pago. Só posso acreditar que quem organiza este tipo de protesto está seguindo a teoria do ‘quanto pior, melhor’. É um absurdo!”, disparou Laranjeiras.

O presidente da Federação da Agricultura do RN (Faern), José Vieira, também conclama a união de todos: “Para que possamos sair da crise em que o Brasil se encontra, é preciso haver compromisso de toda a sociedade. Não será fechando ruas, paralisando avenidas ou estradas, que iremos alcançar estes objetivos. É preciso que todos – setor privado, setor público, estudantes, produtores rurais, trabalhadores, enfim, todos -, nos unamos em torno de um único objetivo, que é o de trabalhar, produzir e gerar emprego. Esta é a única receita eficiente para que possamos sair dessa crise”, pontua ele.

“Este tipo de protesto, ferindo os direitos da maioria da sociedade e apostando na suspensão da produção é algo absurdamente contraditório. Não consigo aceitar a postura de pessoas que, para defender o direito de alguns sacrificam a tantos outros e, para protestar contra um momento de dificuldades econômicas que o país vive, obriga o setor produtivo a paralisar suas atividades, impondo mais dificuldades para quem precisa produzir. Todo o contexto me parece um enorme contrassenso”, diz o presidente da Federação das Associações Comerciais do RN, Itamar Maciel.

“É totalmente inoportuna, para o momento atual da nossa economia, uma greve geral. Todo mundo tem o direito de protestar, claro. Mas, com a economia tão fragilizada como estamos, este tipo de paralisação irá afetar fortemente todo o país. O bom senso, a meu ver, determinaria que os protestos ocorressem de outra forma. Mas, se  os organizadores do movimento mantiverem a decisão pela paralisação, que pelo menos seja respeitada a legislação que prevê, entre outras coisas, 30% do funcionamento dos serviços essenciais, entre eles os de transportes, sem os quais os prejuízos para a atividade produtiva são ainda maiores, uma vez que as pessoas não conseguem se locomover e, portanto, ficam impedidas de consumir”, diz o presidente da CDL Natal, Augusto Vaz.

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Norte (FCDL RN) Afrânio Miranda está indignado e classifica como irresponsável a Greve Geral. “É um absurdo! Como é que um país que está em crise vai parar completamente em um dia útil? Como é que a indústria vai deixar um dia de produzir, o comércio de vender e os Governos de arrecadar impostos? Não podemos nos dar esse luxo. Essa greve é absurda, irresponsável! Estamos vivendo aqui no Rio Grande do Norte especificamente uma forte crise financeira. O poder Municipal e Estadual não tem recursos, estão atrasando pagamentos, sem condições para pagar décimo terceiro, e ainda assim vamos parar? Não deixaremos só de trabalhar, mas de gerar recursos para o Município e Governo, recursos esses que poderiam ser utilizados para pagar a folha dos servidores públicos. Se paramos neste dia o comércio deixará de recolher mais de R$ 3 milhões de impostos”, enfatizou.

Miranda ressalta ainda que a data marcada para a greve geral é a Black Friday, atualmente uma data forte para comércio e que a greve vai prejudicar ainda mais o setor. “Os comerciantes brasileiros tem amargado nos últimos meses constates quedas em vendas. O desemprego só cresce, o número de empresas fechando as portas é cada vez maior, e agora mais essa greve geral na melhor data para vendermos. Não podemos aceitar esse absurdo!” afirmou.

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui