A Câmara Municipal de Natal debateu na manhã de hoje (17), por meio de uma proposição da vereadora Amanda Gurgel (PSTU), o fechamento da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em escolas de Natal e as implicações para a população. Na ocasião, estudantes, professores, sindicalistas, vereadores e representantes da Secretaria Municipal de Educação (SME), levantaram informações sobre o fechamento de turmas nas escolas municipais que oferecem essa modalidade de ensino.
A secretária-adjunta da SME, Judineide Domingos, explicou que está ocorrendo um reordenamento das turmas do EJA, uma vez que há escolas onde não há demanda ou a quantidade de alunos é insuficiente para manter a turma. “Neste caso, a gente remaneja esses alunos para escolas próximas onde tenha essa modalidade no mesmo bairro. Para aquelas que ficarem distantes, nós disponibilizamos transporte para os alunos. Quanto à problemas com merenda, precisamos verificar se é pontual porque fica na responsabilidade da direção da escola”, explica. Segundo diz, Natal tem 23 escolas com a modalidade de ensino para jovens e adultos fora da faixa, além de outras sete, onde é executado o “Projovem” e mais três com o projeto “Tecendo o saber”, que atendem a esses estudantes.
Contudo, professores presentes reclamaram que houve um decréscimo no número de turmas efetivamente com a modalidade. Em 2014 eram 25. A representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Simonete Almeida, destacou que antes de fechar turmas é preciso trabalhar os fatores que levam à baixa procura e à evasão dos jovens e adultos. “São pessoas já, pais de família, que trabalham e ainda enfrentam dificuldades para permanecer estudando, com a violência, falta de merenda e de professores, além de transferir para escolas mais distantes”, relata. Sobre a falta de professores, a SME explica que os professores se afastam temporariamente por razão de licenças, capacitação, entre outras razões e que foi realizada uma convocação para professores concursados.
A vereadora Amanda Gurgel, propôs que fosse formada uma comissão de assessoramento com a participação de professores e alunos e não apenas dos servidores da SME como ocorre atualmente. “O entendimento da secretaria é diferente de quem vivencia a situação e entende que se trata de uma fiscalização e não um assessoramento. Defendemos não o fechamento, mas a busca para resolver o que leva os alunos a se evadirem ou não procurarem o EJA e a falta de condições também para escolas e profissionais realizarem suas atividades, porque demanda existe sim”, diz a parlamentar. No dia 1º de junho, alunos e professores de 17 escolas municipais protestaram contra o encerramento de turnos da EJA em frente à Prefeitura.