As igrejas evangélicas que sempre foram braços de arrecadação das redes de televisão, nos últimos tempos viram as fontes de receita encolherem, mesmo com o bolsonarismo apoiado por elas no poder.
A Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), do bispo Edir Macedo renegociou acordos com pelo menos três emissoras: RedeTV!, CNT e TV Gazeta. No entanto, com a Rede Bandeirantes, a briga pelo pagamento de alugueis atrasados está longe de um acordo.
A Rede Bandeirantes está processando a TV Record, vinculada à Igreja Universal do Reino de Deus, acusando-a de ter dado um calote de R$ 10,7 milhões em parcelas atrasadas do aluguel de 22 horas da Rede-21, canal UHF com presença na Grande São Paulo.
A Igreja Internacional da Graça de Deus, do missionário R.R. Soares, reduziu o repasse para ocupar 60 minutos do horário nobre da RedeTV!. Alvo de várias ações trabalhistas, a igreja figura como a terceira maior inadimplente na lista da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Outra igreja que enfrenta crise financeira é a do pastor Valdemiro Santiago. Além de várias ações trabalhistas, a Igreja Mundial do Poder de Deus, paga menos do que aquilo que desembolsava até 2020 para ocupar 22 horas da Loading e MTV Brasil.
No mês passado, o sindicato dos Radialistas denunciou que a TV Mundial, do pastor Valdemiro Santiago teria demitido mais 10 funcionários, em retaliação contra a greve ocorrida na emissora entre novembro e dezembro, por atraso nos pagamentos e benefícios, além do não depósito de FGTS. Dias depois, o pastor pediu aos fieis, um dízimo para o pagamento de funcionários.
Nove anos atrás, conforme publicou o Notícias da TV na ocasião, a estimativa do mercado era de que as igrejas colocassem mais de R$ 1,2 bilhão em emissoras pequenas e nanicas. Hoje, a projeção fica na casa de R$900 milhões. Mesmo com a forte redução, as igrejas continuam escolhendo qual emissora valerá o “investimento”.
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