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Fátima veste carapuça de erro que não cometeu, recua e população do RN fica sem campanha educativa sobre o coronavírus

A governadora Fátima Bezerra está se caracterizando como uma governante que não aguenta pressão e desfaz de suas próprias decisões, mesmo quando essas estão corretas e respaldadas por órgãos como o Tribunal de Justiça, Ministério Público, Tribunal de Contas, Assembleia Legislativa e Defensoria Pública.

Foi assim com a questão envolvendo o contrato de emergência que o governo fez, destinando uma verba de 3 milhões de reais para divulgar ações educativas, voltadas para evitar a propagação do coronavírus no RN. 

Quem perde com isso – principalmente – é a população, mas também o combalido mercado da comunicação potiguar, que muito depende das verbas oriundas dos poderes públicos para a manutenção de empregos e a sua própria sobrevivência.

A campanha publicitária que a governadora abortou tinha a sua relevância pública pelo caráter informativo que se propunha, no sentido de massificar em todo o Estado as medidas preventivas e combativas à proliferação do coronavírus.

Outro aspecto é que o mercado publicitário potiguar vem perdendo espaço e diminuindo nos últimos anos. O Governo do estado, por erro estratégico e até mesmo picuinha politica, permitiu que o seu contrato com as agências de publicidade caducasse. E quando, ainda em 2018, época do governo Robinson Farias, se tentou fazer nova licitação, setores do PT, partido  vencedor da eleição, “melou” o processo  em andamento e que estava todo correto.

Essa decisão, obrigou a nova gestão – a de Fátima Bezerra – a trabalhar 2019 sob uma ação de excepcionalidade, com o compromisso de fazer nova licitação. O governo, no entanto, não conseguiu realizar o processo licitatório a tempo, e lançou, somente esse ano, o edital, que foi cancelado por conter erros. Com isso, foi aberto um novo edital que estava programado para 6 de abril e foi mais uma vez cancelado.

Vem a pandemia e o governo Fátima Bezerra, sem agência, faz um chamamento público, buscando dar transparência, quando já tinha sido autorizado pelos órgãos de controle, diante da gravidade do momento, a escolher uma agência para realizar a campanha. O governo, no entanto, preferiu fazer o tal chamamento que a agência Doisa ganhou licitamente. O tiro saiu pela culatra.

A verba de 3 milhões de reais, prevista para ser usada por um período de seis meses, seria um verdadeiro alivio, garantindo manutenção de salários e até mesmo a sobrevivência de alguns veículos de comunicação, principalmente emissoras de radio pequenas e do interior.

Mas, como a governadora capitulou diante pressão das redes sociais e de opiniões desinformadas, ela mesma tratou de jogar no espaço a campanha de orientação educativa.

O lamentável é que gente que não conhece a realidade do mercado, saia detonando a iniciativa sem saber dos fatos. Não existia nada de ilegal, nem de abusivo na campanha idealizada pelo governo estadual. Mas, infelizmente, como vivemos uma epidemia de histerismo nas redes sociais, onde a intolerância, a desinformação e a maldade assumem ares de legitimidade, o governo Fátima Bezerra, mesmo estando correto, vestiu a carapuça de uma ilegalidade que não cometeu.

Em tempos de coronavírus, o Governo Bolsonaro está veiculando campanhas educativas, outros governos estaduais também.

O do Rio Grande do Norte recuou, mesmo tendo tomado uma decisão acertada, no caso lançar uma campanha de conscientização sobre o coronavírus.

Agora, o que a governadora Fátima Bezerra tem que se policiar é para que a fraqueza não se torne a marca registrada da sua gestão.

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