Ameaçada pela possibilidade de não ser reeleita, com a provável candidatura do presidente da Assembleia Legislativa e do PSDB potiguar, deputado estadual Ezequiel Ferreira, a governadora Fátima Bezerra (PT) convocou sua equipe às pressas para uma reunião, à portas fechadas, que deve acontecer nesta quinta-feira 03, em Natal.
De acordo com apuração exclusiva realizada pela reportagem do AGORA RN, o motivo da convocação é debater a possibilidade da candidatura de Ezequiel Ferreira – articulada pelo prefeito de Capital, Álvaro Dias (PSDB) e os ministros Rogério Marinho (PL) e Fábio Faria (PSD), além de grupos políticos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no RN -, se concretizar, o que poderia ter forças suficientes para impedir a continuidade da gestão do PT no Estado.
Em entrevista ao AGORA RN, o chefe da Casa Civil, Raimundo Alves, confirmou que haverá o encontro, mas não quis entrar em mais detalhes, “vai haver sim, a reunião interna com o pessoal do PT. A governadora vai tratar com o partido, ao qual ela é filiada, as táticas eleitorais e a atual conjuntura política do Estado. Isso faz parte da prática partidária, como sempre foi”, explicou.
A governadora Fátima Bezerra, até o momento se alimentou do favoritismo e da possibilidade de ganhar a eleição por W.O. – termo usado no futebol, quando um time ganha sem que o adversário tenha entrado em campo – exatamente, por não enxergar um opositor com reais chances de tirar de suas mãos o seu projeto de reeleição.
Inclusive, os seus principais articuladores políticos eram apenas o vice-governador Antenor Roberto (PCdoB) e o próprio Raimundo Alves. Porém, como o jogo promete virar e existe a possibilidade de um nome forte entrar em campo, Ezequiel Ferreira, a petista quer entrar na jogada e participar ativamente das articulações.
Raimundo negou que o encontro de urgência seja a possível candidatura do líder estadual do PSDB, “Ezequiel não estará na pauta (da reunião). Até que se prove o contrário, ele continua nos ajudando a governar o Estado”, enfatizou.
Aliança PT e MDB e a incógnita Carlos Eduardo
Questionado sobre a possibilidade de ter as siglas MDB de Walter Alves e Garibaldi Alves Filho, além do PDT comandado por Carlos Eduardo Alves, juntos no mesmo palanque de Fátima Bezerra, o chefe da Casa Civil enfatizou que, “nós queremos MDB, PDT, PCdoB, PSB, PROS, PV, PSOL e PSDB, se Ezequiel não for candidato. Só não temos discussão com o bolsonarismo”, ressaltou.
Segundo Raimundo Alves, sobre o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), apoiar o projeto de reeleição da governadora no RN, “nunca houve veto a ninguém por parte de nenhum partido ou liderança”, frisou.
Nos bastidores, existe a possibilidade de Carlos Eduardo apoiar, no Rio Grande do Norte, a federação que está sendo articulada no plano nacional e que poderá se refletir nos Estados, entre as legendas PT, PSB, PCdoB e PV. Nesse caso, o pedetista faria uma aliança com a federação e, em troca, seria o candidato de Fátima Bezerra ao Senado Federal.
Dessa forma, especula-se que a aliança entre o PT e MDB no Rio Grande do Norte não sofrerá alterações, e que Walter Alves seja o nome indicado para compor a chama majoritária com Fátima, como vice-governador e seu pai, Garibaldi Alves Filho, como deputado federal.
Para Raimundo Alves, “não estamos discutindo fechamento de chapa com nomes. Por enquanto, estamos apenas discutindo o projeto com os partidos não-bolsonaristas”, finalizou.
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Ora, ameaça! Fatão só precisava de Lula para rebocar-lhe a reeleição. Mas deu sorte e terminou atraindo ao seu ‘palanque multicultural’ a força de Garibaldi Alves, isoladamente o maior eleitor da taba de Poti.
A oposição, esta sim, é que parece não ter encontrado ainda o norte da bússola. Nem sequer uma tábua de salvação. E ninguém espere de Ezequiel ousadia maior que disputar uma cadeira de deputado federal.