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Familiares e amigos se despedem de mãe e filhos encontrados em Lagoa Salgada (RN)

FOTO: DIVULGAÇÃO

As ossadas de mãe e filhos, encontradas em uma área de mata no município de Lagoa Salgada, foram sepultadas nesse domingo (28). O sepultamento só aconteceu após o Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN) confirmar que o material localizado era realmente da família.

Evanikele Francisca Costa de Rocha, 36 anos; Eloísa Rocha da Silva, três anos; João Vitor Costa Rocha, seis anos; e Evani Costa da Silva, quatro anos, foram sepultados no cemitério público do município. A confirmação das ossadas aconteceu por partes, tendo o Itep anunciado a identificação de Evani apenas na sexta-feira (26).

A cerimônia foi marcada por muita tristeza e revolta, já que ainda não há clareza do que teria acontecido com as quatro pessoas, sendo três crianças. Familiares e amigos aproveitaram a despedida para cobrar por justiça. Antes do sepultamento, centenas de pessoas realizaram um protesto por ruas da cidade.

“O povo pedindo justiça por uma boca só. É isso que nós queremos, que justiça seja feita. Porque foram quatro vidas ceifadas. Não é fácil. Nós ficamos aqui pensando no dia de amanhã”, disse um familiar das vítimas.

Durante a missa na igreja da cidade, a mãe e os filhos foram colocados lado a lado. O momento foi de bastante emoção. A mãe de Evanikele, mesmo doente, foi dar o último adeus à filha e aos netos. “Triste porque não sei quem fez essa maldade com minha filha. Queria justiça”, disse dona Francisquinha.

Ainda sem respostas para o que, de fato, aconteceu, familiares sofrem com a despedida. “Chegou o dia de dizer adeus. Porque, assim, o coração nessa hora está de dor, tristeza, angustia, revolta. Pelo menos a gente vai fazer o sepultamento deles, não da maneira que a gente esperava. Vida interrompida por um monstro. Espero que não fique impune”, disse Helen Frascisca, irmã de Evanikele.

De acordo com a parente, a vítima vivia um relacionamento abusivo com um policial militar, pai das crianças mais novas. Ela havia levado a irmã para fazer um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra o homem dias antes do desaparecimento. “Estava muito machucada, muito triste pela situação que tinha ocorrido. Não foi só esse dia. Foram várias vezes”, contou.

Após a certeza da morte, os familiares fizeram peregrinações em busca de respostas para o caso. Helen relatou que esteve na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas que não conseguiu apoio. Agora, com o novo delegado responsável pelas investigações, ela espera que o culpado seja descoberto. “Que os culpados paguem pelo o que fizeram, que não pode ficar impune uma crueldade dessa”, avaliou.

A mulher e os filhos desapareceram em julho de 2022. Testemunhas relataram que ela e as crianças saíram de casa e pediram ajuda na comunidade. Como era época de chuva, o riacho estava cheio, mas ela queria atravessar.

Segundo as investigações, a família desapareceu antes de cruzar a água. Eles não foram mais vistos até o dia 2 de fevereiro deste ano, quando as quatro ossadas foram encontradas por um popular. O Itep analisou o material e concluiu que era da mãe e dos três filhos.

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