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Faltam respiradores mecânicos em pelo menos 123 municípios potiguares

FOTO: ILUSTRAÇÃO

A falta de respiradores mecânicos afeta 73,65% dos municípios do Rio Grande do Norte. Conforme levantamento feito pelo TRIBUNA DO NORTE através do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES), 123 das 167 cidades não possuem respirador para ventilação mecânica. Apenas 44 municípios, equivalente a 26,3% das cidades potiguares, possuem pelo menos um equipamento — necessário também para o tratamento dos casos mais graves de coronavírus.

Os respiradores nas unidades de saúde dos municípios são avaliados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) como necessários para a criação de “leitos de estabilização”. Esses leitos são destinados a casos em que o paciente precise de atendimento numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), caso não haja vaga imediata nos hospitais de referência.

“O paciente vai precisar ficar nesse leito de estabilização até que seja levado para um hospital de referência que possua o leito de UTI”, explicou o secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN), Petrônio Spinelli, nesta quarta-feira, 29.

Nas cidades sem os respiradores, os moradores que precisem de atendimento intensivo por causa do estágio avançado da Covid-19 ou qualquer outra enfermidade, precisarão ser transferidos imediatamente para um hospital com leito de UTI. Dos 123 municípios, 32 possuem casos confirmados do novo vírus e 11 registram mortes pela doença conforme consta no último Boletim Epidemiológico da Sesap/RN.

Essas cidades precisam apresentar um plano de contenção municipal para tentar adquirir o equipamento. A Sesap/RN afirmou que esses planos estão sendo feitos em diálogo com as Secretarias Municipais. Nesta quarta-feira, o Conselho Estadual de Saúde (CES) cobrou da pasta que os planos regionais fossem publicados “informando o número de leitos disponibilizados, bem como, os hospitais de referência.”

Abertura de leitos

Com relação às 44 cidades que possuem respiradores, mas não tem UTI, o secretário-adjunto Petrônio Spinelli disse que o planejamento da secretaria é instalar pelo menos quatro leitos de estabilização. Ele citou a criação desses leitos nas cidades de Açu, Apodi, João Câmara, São Paulo do Potengi e Santo Antônio nos próximos dias. Essas cidades possuem hospitais estaduais e o equipamento de ventilação mecânica, mas não têm UTI.

Além delas, a Sesap/RN também busca a parceria com os municípios para a instalação de mais leitos de estabilização. Na coletiva de imprensa desta quarta-feira, 29, foram citadas a cidade de Guamaré e Santa Cruz, distante 173km e 117km de Natal, respectivamente. A instalação dos leitos nas demais cidades com respiradores não foi informada, mas pode ser feito pelas secretarias municipais de saúde.

Entretanto, mesmo entre as 44 cidades com respiradores, a maioria tem apenas um equipamento. Das sete cidades citadas pela Sesap, por exemplo, apenas João Câmara possui 4 respiradores, segundo as estatísticas do CNES, atualizadas em fevereiro deste ano.

O planejamento pela instalação de leitos de estabilização ocorre no momento em que o coronavírus é considerado pela Sesap/RN presente em todas as cidades potiguares e os hospitais de referência começam a ter mais ocupação de leitos críticos (UTI e semi-intensivos). O Hospital Regional Tarcísio Maia, referência para os casos do Oeste potiguar, por exemplo, está com 17 leitos críticos lotados desde a semana passada.

A pressão se repete em Natal, onde o Hospital Regional Giselda Trigueiro e o Hospital Municipal tem uma ocupação de leitos acima da metade disponível. Segundo a Sesap/RN, as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), que possuem leitos de estabilização, passaram por um aumento de pacientes nas últimas semanas e em alguns dias ficam praticamente lotadas. “Isso é um reflexo do aumento de casos que estamos tendo, que acaba pressionando muito o sistema de saúde”, afirmou Spinelli.

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