
Cada vez mais alinhado à oposição, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), deu mais um motivo para aumentar as especulações de uma possível candidatura ao Governo do Estado nas eleições de outubro. Nesta sexta-feira, 18, o parlamentar cumpriu agenda na região do Seridó com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL), e de deputados que fazem oposição ao governo Fátima Bezerra (PT).
Ezequiel se movimentou como candidato, no contato direto com as pessoas, abraçando e apertando mãos. O líder do PSDB potiguar, porém, se esquivou da pergunta se seria mesmo candidato a governador no pleito deste ano.
Na companhia de adversários da governadora, como Rogério Marinho, deputados General Girão (PL) e Benes Leocádio (Republicanos) e o prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), Ezequiel deu sinais que no momento se sente bem na oposição. Nos bastidores da sucessão estadual, a candidatura a governador é dada como certa.
Ezequiel Ferreira retarda a decisão. Nesta semana, quando setores da imprensa de Natal noticiaram que ele havia rompido com a governadora Fátima para enfrentá-la na campanha 2022, o líder tucano emitiu nota, por meio do PSDB, para afirmar que não havia tomado qualquer decisão. Ele só deve se pronunciar de público quando conversar com a governadora, independentemente da decisão que tomar.
Túnel do tempo
Nas eleições de 2018, Ezequiel e o PSDB apoiaram o projeto de reeleição do ex-governador Robinson Faria (ex-PSD). Quando Robinson não conseguiu passar para o segundo turno, o presidente da Assembleia Legislativa se transferiu para o palanque de Fátima Bezerra e ajudou a petista a derrotar o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT).
Fátima subiu a rampa da Governadoria acompanhada de Ezequiel, um gesto para reconhecer a importância dele na vitória eleitoral. Na distribuição do poder entre aliados, a governadora entregou a Ezequiel o comando da Secretaria de Agricultura.
O líder tucano garantiu o apoio necessário para o governo aprovar os projetos na Assembleia Legislativa, embora o PSDB não tenha ido para a bancada governista. O partido de Ezequiel faz oposição ao governo Fátima, mas ele manteve a parceria administrativa e política.
Agora, com o desenho da sucessão estadual, Ezequiel Ferreira terá que decidir se continua de mãos dadas com Fátima Bezerra ou parte para enfrentá-la na campanha eleitoral que se aproxima.
Com informações do jornal De Fato


2 Comentários
Se ‘aceitar o desafio’ de sair candidato, Ezequiel só será um candidato competitivo se tiver o apoio indispensável de Benes Leocádio e do ‘genera’ cearense Eliezer Girão. Pense em duas almas transferidoras de popularidade.
A realidade não depende da mira de ninguém, mas a leitura que se pode fazer da imagem que ilustra este post não é outra senão esta: a oposição ao governo Fátima Bezerra continua mais perdida que cego em tiroteio.
Tudo que lhe resta até agora, como alternativa para enfrentar a chapa situacionista, é sonhar com um candidato extraído da própria situação.
Já pensaram quão ambíguo e incoerente será o discurso de Ezequiel caso ele aceite concorrer contra Fátima? Dizer o quê de quem foi cúmplice e parceiro até à véspera do rompimento?
O eleitorado potiguar continua tão apático a ponto de aceitar passivamente as desculpas esfarrapadas de quem escarra no prato em que comeu?