O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará nesta quinta-feira, 15, sua própria defesa política, ao abrir a reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo.
O tom adotado será emocional, não jurídico. Lula está convencido de que a Operação Lava Jato tem o objetivo de desconstruir sua imagem, acabar com o PT e barrar uma eventual candidatura dele ao Palácio do Planalto, em 2018, tornando-o “ficha suja”.
O ex-presidente recebeu as primeiras notícias sobre a denúncia nesta quarta-feira, 14, durante almoço em um hotel na zona sul de São Paulo. Segundo pessoas que compartilharam a mesa, Lula ficou irritado com a inclusão da ex-primeira-dama Marisa Letícia.
O ex-presidente participou nesta quarta de uma reunião do Conselho da Presidência do PT, formado por dirigentes, parlamentares e governadores petistas além de intelectuais sem vínculo formal com o partido.
Ao final da reunião, quando se preparava para almoçar, um assessor mostrou, na tela do celular, as primeiras notícias sobre a denúncia da Procuradoria da República.
O próprio Lula tocou no assunto de forma lateral durante a reunião. Alguns participantes defenderam que o ex-presidente assuma o comando do PT como forma de dar unidade e orientação para o partido na oposição ao governo Michel Temer.
Lula declinou com dois argumentos. O primeiro é a necessidade de renovação da sigla. O segundo a possibilidade de ser alvo da Justiça – o que atingiria também o partido.
Estadão