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Ex-diretor da Globo pediu sexo oral para levar atriz à emissora, diz MP

FOTO: REPRODUÇÃO

Segundo denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, Marcius Melhem tinha um padrão para assediar funcionárias. 

O diretor do núcleo de humor da TV Globo “se aproximava das vítimas” como um “chefe parceiro e protetor, passando aos poucos a estabelecer uma sensação de intimidade e amizade” com as subordinadas.

A proteção seria utilizada como moeda de troca —conforme o MP, ele cobrava gratidão das subordinadas.

A denúncia apresenta algumas frases supostamente ditas por Melhem para suas funcionárias: “Você me deve um boquete por te trazer pra Globo”, “um dia vou te pegar” e “vou te cobrar com favores sexuais”.

Consolidada a fase do assédio verbal, Melhem daria início, de acordo com a denúncia, a nova etapa, de aproximação física —”abraços e carinhos excessivos disfarçados de brincadeiras que evoluíam igualmente para apalpações, tentativas de beijos forçados, propostas de sexo, tapinhas nas nádegas, apertões nos seios e até mesmo, em algumas situações, exposição de sua genitália, orgulhoso da situação de ereção”.

A denúncia do Ministério Público é baseada nos depoimentos das atrizes Carol Portes e Georgiana Góes e de uma terceira funcionária da emissora que prefere preservar a identidade.

Carol Portes disse em depoimento que, durante o período em que trabalhou com Marcius Melhem nos programas “Tá no ar” e “A gente riu assim”—ele, como roteirista-chefe, supervisor artístico e diretor do núcleo de humor; ela, como atriz—, sofreu assédio sexual pessoalmente e por meio de mensagens de WhatsApp. Prints das conversas constam da denúncia.

No texto também constam detalhes das práticas supostamente conduzidas por Melhem, “como pegar a mão da vítima e passar no seu pênis ereto, convidar-se para ir ao apartamento da vítima tomar banho, tentar beijar a vítima à força, mandar mensagens dias depois perguntando se o constrangimento já havia passado, oferecer três cervejas e uns tapas para que ela pudesse ‘relaxar’ com ele”.

A história contada pela atriz Georgiana Góes guarda semelhanças com aquela narrada por Carol Portes —-daí a denúncia do Ministério Público mencionar um “modus operandi”. Segundo o texto, era comum que, diante das investidas fracassadas, o humorista dissesse a frase “o jogo vai virar” —tanto Georgiana quanto a outra funcionária da TV Globo (que não quer ser identificada) mencionaram essas palavras.

O inquérito, que apura assédio sexual, foi aberto em 18 de junho de 2021 após atrizes terem feito depoimentos à Ouvidoria da Mulher no Conselho Nacional do Ministério Público entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. O material foi enviado para o MP do Rio em 28 de janeiro de 2021 e o inquérito só foi instaurado cinco meses depois.

Com informações de UOL

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