Michael Cohen, que foi advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (17) que pagou uma empresa para manipular dados de pesquisas online “orientado por e em benefício único de Trump”.
O Wall Street Journal noticiou que Cohen pagou à empresa de dados RedFinch Solutions para manipular duas pesquisas de opinião pública em favor de Trump, antes da campanha presidencial de 2016.
“Sobre o artigo do @WSJ sobre a manipulação de pesquisa”, escreveu Cohen no Twitter nesta quinta, “o que fiz foi orientado por e em benefício único de @realDonaldTrump @POTUS. Eu me arrependo de verdade pela lealdade cega a um homem que não merece.”
As tentativas de distorcer as pesquisas acabaram por se mostrar malsucedidas, mas servem para revelar as táticas da campanha de Trump e qual foi o papel de Cohen. Durante a campanha, Trump fez referência frequente a seu desempenho em pesquisas para impulsionar sua candidatura.
Cohen foi condenado no mês passado a três anos de prisão por ter feito pagamentos ilegais a mulheres em benefício da campanha de Trump, e também por mentir ao Congresso sobre o projeto de uma Trump Tower na Rússia.
Cohen alega que Trump o orientou a cometer as violações de campanha, o que Trump nega.
O WSJ disse que Cohen contratou John Gauger, responsável pela RedFinch Solutions, para escrever um script de computador com o objetivo de votar repetidas vezes em Trump em uma pesquisa da Drudge Report, feita em 2015, sobre possíveis candidatos presidenciais republicanos. A manobra ocorreu quando Trump se preparava para entrar na corrida presidencial de 2016, segundo o jornal.
Trump ficou em quinto na pesquisa da Drudge Report, com cerca de 24 mil votos, ou 5 por cento do total, de acordo com o WSJ.
Cohen também contratou Gauger para o mesmo serviço em 2014, quando a rede CNBC fez uma pesquisa online sobre os principais líderes empresariais dos EUA, embora Trump não tenha conseguido ficar entre os 100 primeiros colocados, disse o jornal.
“O presidente não tem conhecimento sobre a manipulação das pesquisas”, disse Rudy Giuliani, atual advogado de Trump, em entrevista à Reuters.
Trump tuitou sobre a pesquisa da CNBC em 2014, a qual chamou de “piada” e sugeriu ter ficado fora da lista final por questões “políticas”.
Reuters