Estar conectado é um dos requisitos básicos de hoje. Informações, trabalho, diversão, tudo acontece no mundo virtual e, por isso, uma queda na rede ou uma simples lentidão na conexão já é motivo de apreensão entre os usuários. Ainda mais com a pandemia, quando aumentou a demanda com o home office, aulas online, e acesso a outras opções de lazer via internet.
Na busca para tentar resolver os problemas, a solução pensada pela maioria dos internautas é aumentar a velocidade da internet contratada, o que nem sempre é o que vai mudar o cenário e garantir uma boa navegação.
“Aumentar a velocidade só faz sentido se a atual contratada não estiver sendo compatível com a utilização”, afirma Carlos Siqueira, coordenador de atendimento técnico. O especialista explica que na maioria das vezes, para o uso comum de redes sociais ou utilizações triviais, não é necessária uma velocidade muito alta, o que é ideal para outras demandas maiores. Ou seja, nem sempre a velocidade é a culpada pela lentidão da conexão.
O fato é que, o especialista explica, o comportamento dos usuários mudou bastante nos últimos anos: antes, a conexão que era realizada por meio de computadores de mesa e cabos, hoje em dia é prioritariamente via rede sem fio, o famoso Wi-Fi. De acordo com a pesquisa TIC Domicílios, 79% dos domicílios possuem essa tecnologia e 97% dos usuários utilizam o celular para se conectarem. Além disso, não são mais apenas computadores e smartphones conectados à rede Wi-Fi: mais equipamentos se agregam à internet, como TVs e até geladeiras.
“Outra questão é que muitos dispositivos de transmissão não acompanharam a mudança comportamental dos usuários e alguns modelos de modens não comportam as altas velocidades para a conexão Wi-Fi. E é aí que reside a maioria dos problemas no sinal da internet”, comenta Siqueira.
Há ainda mais uma circunstância que pode ser causadora de transtornos entre os usuários com a internet: o próprio aparelho usado para conectar. Alguns computadores e smartphones não comportam toda a velocidade contratada pelo internauta e isso pode gerar lentidão. “Contar com uma alta velocidade e um aparelho que não suporta a rede sem fio é como ter uma Ferrari e tentar pilotá-la em uma estrada repleta de buracos”, compara Siqueira.
Estes detalhes, pouco conhecidos, são alguns dos responsáveis pela maioria dos problemas detectados nas casas dos usuários. Para identificar essas situações, o indicado é agendar uma visita de um técnico especializado para analisar as condições dos aparelhos, a fim de diagnosticar quais são as melhores soluções para cada caso e fazer com que o sinal da internet chegue aos aparelhos sem empecilhos, seja por cabo ou Wi-Fi.
Algumas providências básicas
Alguns ajustes em casa podem auxiliar no desempenho da internet: uma das medidas é a localização do roteador. “O equipamento deve estar instalado no ponto mais central da residência, onde consiga abranger de uma forma mais eficaz o espectro do Wi-Fi. É importante não colocar nenhum objeto perto dele, como livros, telefone ou aquário, para que fique totalmente livre de interferências”, explica Marcelo Barbosa, coordenador técnico da Cabo Telecom.
Além da localização do equipamento, o especialista esclarece ainda que é recomendável utilizar canais do modem estáveis, ou seja, que não estejam sendo compartilhados por vizinhos, por exemplo. Para realizar isso automaticamente, é necessário apenas desligar e ligar o modem, para que realize essa busca e evite interferências no sinal.
Outro ponto importante é diminuir o número de aparelhos que utilizam o Wi-Fi, para melhorar a sua eficiência. “A nossa recomendação é passar um cabo de rede do modem até a televisão, videogame, desktop, enfim, todos os equipamentos possíveis. Assim, as interferências são evitadas, já que quanto menos equipamentos dependerem do Wi-Fi, melhor será seu desempenho”, aconselha Marcelo.