Pesquisadores do Programa Nacional de Toxicologia do governo dos Estados Unidos publicaram nesta sexta-feira, 27, um novo estudo sobre a relação entre celulares e câncer. Os cientistas chegaram à conclusão de que há, sim, evidências que ligam o uso constante de smartphones com o surgimento de tumores.
Os cientistas observaram um pequeno grupo de camundongos expostos à radiação emitida por telefones celulares desde a gestação até a vida adulta e compararam com cobaias que não foram expostas. O estudo constatou que a incidência de câncer nos animais atingidos pela radiação era maior do que naqueles que não foram atingidos.
Mais precisamente, observou-se um aumento no número de casos de dois tipos de tumor nos camundongos do sexo masculino: um ligado ao cérebro e outro ligado aos nervos periféricos. O estudo foi elogiado e destacado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), mas o apoio não foi unânime na comunidade científica.
No início de maio, cientistas australianos chegaram a uma conclusão bem diferente após um estudo com quase 20 mil homens e 14 mil mulheres. Os pesquisadores da Universidade de Sidney compararam o número de casos de câncer cerebral entre 1982 e 2013 no país com o número de usuários de telefones celulares desde 1987.
Neste estudo, porém, nenhuma relação entre o uso dos aparelhos e o surgimento de câncer foi encontrado. Outros cientistas que já desenvolveram pesquisas sobre o assunto também defendem que não há evidências conclusivas de que a radiação de celulares pode causar câncer, como aponta a Organização Mundial da Saúde e a própria IARC em seu site oficial. O debate, pelo visto, está longe do fim.
UOL