A educação melhorou no Rio Grande do Norte. Diagnóstico realizado pela UFRN mostra que houve avanços no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) ao longo dos últimos 15 anos, bem como nos demais indicadores de permanência nos primeiros anos do ensino fundamental. No entanto, as desigualdades ainda são muitas e existem diversos outros desafios sérios a serem superados em todas as fases do ensino.
De acordo com a pesquisa, dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), coletados em 2020, mostram que o RN segue uma tendência nacional de crescimento do Ideb. Considerando os anos iniciais, os índices estadual e municipais saíram de pouco mais de 2,5, em 2005, para quase 5 em 2019. O estudo aponta que esse crescimento foi possível pela melhoria na taxa de aprovação e nas notas de Português e Matemática. Apesar dos índices serem muito semelhantes, a rede estadual apresentou melhor desempenho. A educação privada, que já partiu com índice 5 em 2005, cresceu para 6,5 até 2019, apesar de apresentar queda desde 2017.
Registrou-se ainda a evolução dos anos finais no mesmo período, embora mais tímidos. Segundo o INEP 2020, o Ideb desse grupo passou de 2,5 em 2005, primeiro ano de implementação desse indicador, para 3,6 em 2019. Entre 2011 e 2017, o estado também aumentou o percentual de alunos com aprendizagem adequada no 9º ano do Ensino Fundamental. Nas escolas privadas, o crescimento também foi menos expressivo, saindo de pouco mais de 5 para pouco mais de 6. No entanto, as boas notícias terminam por aqui.
Dividido em sete eixos, cada um com um resultado específico e autores diferentes, o Diagnóstico das Desigualdades Educacionais no Rio Grande do Norte apresenta uma síntese das condições educacionais no Estado a partir de um olhar temporal, espacial e institucional, visando subsidiar o planejamento de ações por gestores públicos e, ainda, produzir um debate público sobre a educação potiguar. Dentre os temas analisados, estão: aprendizado e fluxo escolar; financiamento da educação, perfil demográfico e socioeconômico do alunado, acesso à escola e evolução das matrículas e condições de infraestrutura das instituições escolares.
A pesquisa foi organizada pelas professoras Sandra Cristina Gomes, ligada ao Departamento de Políticas Públicas (DPP/UFRN), e Lilia Asuca Sumiya, do Departamento de Administração Pública e Gestão Social (CCSA/UFRN) e autora responsável pela análise intitulada Aprendizado e Fluxo Escolar no RN. Disposta no eixo temático I, ela traz os debatedores Bruno Lazarotti, professor e pesquisador da Fundação João Pinheiro/MG, Márcia Gurgel, secretária adjunta da Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC) e docente no Centro de Educação (CE/UFRN); e Afonso Gomes, coordenador de Avaliação da SEEC/RN.