A Estação de Tratamento de Esgoto Jaguaribe, ainda em obra, que atenderá a zona norte de Natal, teve seu projeto de drenagem subdimensionado e não suportou as chuvas fortes, entrando em colapso.
A área interna da ETE se transformou em um grande piscinão de barro e cimento, transbordando e soterrando o manguezal e vários trechos do rio Jaguaribe.
A CAERN e a empresa contratada para realizar a obra promoveram medidas emergenciais de alívio da água barrada retida, fazendo drenagem por grandes tubos, buracos nos muros e até derrubando parte do muro, mas o desastre ambiental pode se agravar ainda mais.
As últimas chuvas mostraram uma realidade já percebida por ambientalistas do Movimento Mangue Vivo e seus parceiros, ainda em julho de 2020 e que foi intensificado nesses últimos dias de chuva.
De três pontos de estrangulamento e soterramento existentes na semana passada, a CAERN só corrigiu um. Ou seja, os pontos de maior carreamento de sedimentos (barro e outros materiais) continuam afetando o manguezal e o rio.
Os ambientalistas do Movimento Mangue Vivo e parceiros como ONGs Gamboa Jaguaribe, ASPOAN, SOS Mangue, ONG Baoba, Rede Eusoudoamor e da articulação #RedeMangueMar e independentes, estão indignados com a grave situação.
Julho é mês oficial do manguezal e dia 26 próximo, é comemorado o Dia Mundial do manguezal. Agora, em 2022, também ocorrerá os 15 anos da tragédia do complexo estuarino Jundiaí-Potengi, quando mais de 40 toneladas de peixes foram mortos por asfixia pelo lançamento de químicos no estuário Jundiaí, na região do Guarapes.