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“Está cuidando demais do que não precisa”, diz Surfistinha sobre Bolsonaro

“SOBRE MAIS UMA INFELIZ DECLARAÇÃO DO BOLSONARO, EU DIGO QUE ELE, ANTES DE FAZER JUÍZO DE VALOR SOBRE OS OUTROS, DEVERIA CUIDAR DA MORAL DA PRÓPRIA FAMÍLIA.”, DISSE RAQUEL. FOTO: REPRODUÇÃO

A empresária e escritora Raquel Pacheco, conhecida como Bruna Surfistinha, rebateu nessa sexta-feira (19) as críticas feitas por Bolsonaro à produção cinematográfica baseada no seu livro “O Doce Veneno do Escorpião”. Em áudio enviado à Folha de S.Paulo por sua assessoria de imprensa, a empresária classificou a declaração como “infeliz” e disse que, antes de fazer juízo de valor, o presidente deveria “cuidar da moral de sua própria família”.

Raquel afirmou ainda que ele está cuidando demais “do que não precisa” e “fazendo pouco” do seu dever principal, que é gerir o país.

“Sobre mais uma infeliz declaração do Bolsonaro, eu digo que ele, antes de fazer juízo de valor sobre os outros, deveria cuidar da moral da própria família. E ainda do nosso país. Afinal, ele está cuidando demais do que não precisa e fazendo pouco o dever dele principal: que é ser presidente”, disse Raquel.

Raquel ainda chegou a criticar o governo de Bolsonaro através da conta oficial no Twitter.

Veja:

Na quinta-feira (18), o presidente usou o filme como exemplo para criticar o repasse de recursos federais para a produção audiovisual brasileira. Segundo ele, não pode haver “ativismo” em respeito às famílias brasileiras.

Nessa sexta-feira (19), o presidente voltou a tratar do tema e reconheceu que nunca assistiu ao filme, apesar de tê-lo criticado no dia anterior. “Eu não, pô [assisti]. Vou perder tempo com Bruna Surfistinha? Eu estou com 64 anos de idade. Se bem que eu tenho uma filha de oito anos, sem aditivo”, disse.

O presidente disse mais cedo que a Ancine (Agência Nacional do Cinema) poderá ser privatizada ou extinta caso não seja possível usar filtros nas produções nacionais.

A atriz Deborah Secco, que interpretou Raquel e é produtora do filme, também rebateu o presidente e defendeu que a arte precisa ser “ampla e abrangente”. “Fico um pouco chocada com o ‘Bruna’ ter sido colocado nesse lugar, porque o filme retrata uma história real não só da Raquel, mas de outras milhares de mulheres que se encontram nessa situação”, disse.

Com informações: FOLHAPRESS

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