Com as últimas mudanças na mobilidade urbana de Natal, especialistas têm analisado a situação da capital potiguar e avaliado como a gestão pública pode aperfeiçoar as vias de trânsito e melhorar a qualidade de vida da população. Pensando nisso, a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Potiguar (UnP), Aline DAmore, fez um apanhado da situação e destacou pontos positivos e quais possíveis melhorias poderiam ser adotadas.
“Nossa cidade ainda é de menor porte e boa parte dos percursos que muitos dos cidadãos precisam vencer são curtos, e podem ser melhorados com alternativas baratas e criativas”, dispara.
Atualmente, a mobilidade urbana em Natal se baseia em dois tipos de transportes: o automóvel e o ônibus. “Isso impacta não só na questão ambiental, mas também no orçamento das famílias, na necessidade de amplos espaços para estacionamentos, que poderiam ser melhor utilizados para outros fins, e na alta necessidade de vias carroçáveis”, complementa DAmore.
Segundo a professora, a maneira como a distribuição do transporte público está desenhada, não atendendo mais às necessidades da cidade, os moradores dos bairros mais periféricos são os que mais sofrem com insuficiência de linhas, ônibus superlotados, insegurança e grande tempo de espera nas paradas de ônibus.
Desafios podem ser vencidos
A arquiteta também faz questão de esclarecer que não é contra o uso de carros ou ônibus no dia a dia, mas reforça a necessidade de a população ter outras opções, melhorando, inclusive, a qualidade de vida de todos.
“As nossas calçadas sem acessibilidade, a falta de cobertura vegetal, que gera sombras, e a insegurança da cidade induzem pessoas que poderiam fazer alguns caminhos a pé, a utilizar o automóvel até para trajetos curtos”, exemplifica a especialista.
Para ela, uma opção viável seria a implementação de um sistema de transporte público que atuaria em bairros menores ou que possuam ruas estreitas. “Feito por micro-ônibus, eles levariam a população até as vias principais, onde poderiam utilizar os ônibus tradicionais. Talvez um olhar mais atento a questões simples, mas que vêm sendo negligenciadas historicamente em Natal, possam trazer soluções baratas, modernas e criativas para o problema”, finaliza Aline DAmore.