Entre 2014 e 2018, as escolas privadas no Brasil perderam 27% de seus alunos de ensino médio, o que corresponde a 351 mil estudantes que migraram para escolas e institutos públicos de educação. Representantes do setor apontam que os principais fatos para explicar o fenômeno foi a crise econômica dos últimos anos, agravada após o golpe contra Dilma Rousseff, o salto no valor das mensalidades e o aumento de institutos federais.
O aumento das mensalidades é explicado, em partes, pelo maior número de professores e profissionais mais bem remunerados. No entanto, nos colégios privados, esse valor mais do que dobrou em sete anos, segundo o IBGE – mesmo com a grave recessão dos últimos anos.
Por conta da grande evasão, escolas menores e que não fazem parte das grandes redes precisaram fechar as portas. O Rio de Janeiro, por exemplo, perdeu o Colégio Republicano, em Vaz Lobo, que tinha 91 anos. “A falta de alunos é um dos fatores que levaram ao fechamento. Mas a lei do calote também pesou, junto da crise financeira, o que não isenta a administração, que não se preocupou em modernizar a escola”, avaliou um professor, em entrevista ao O Globo.
“Fomos muito prejudicados em dois momentos. Primeiro com a lei do Prouni (que oferece bolsas em faculdades privadas), no começo da década, que só é destinada a alunos que fizeram o ensino médio na rede pública, o que não acho correto. O outro foi a proliferação dos institutos federais de educação, onde os alunos encontram um ensino com qualidade parecida e de graça”, avaliou Ademar Batista Pereira, presidente do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe) nacional.
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