Enquanto nem o Ministério Público do Rio Grande do Norte, nem as autoridades estaduais esboçam qualquer iniciativa no sentido de identificar e cobrar a responsabilidade pela construção, no Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, de uma pista de pouso defeituosa, que apresentou sinais de afundamento três anos após ser construída, o prejuízo gerado pelo investimento malfadado será arcado pelo setor de turismo do Estado.
Trata-se de “uma maldade, uma perversidade”, criticou o presidente da Associação Brasileira de Agentes de Viagem (ABAV/RN), empresário Abdon Gosson, ao comentar o fato de que a cidade de Natal deverá perder cerca de mil passageiros por semana, com o cancelamento, entre os meses de setembro e outubro, dos voos noturnos operados pela TAP Air Portugal por um período de 30 dias, prazo calculado para que seja implementada a reforma da pista.
Destacando que a obra foi feita “com dinheiro público”, Gosson enfatiza que o responsável pela construção da obra com defeito técnico “está prejudicando o turismo”, uma indústria que, segundo ele, emprega no Rio Grande do Norte cerca de 120 mil pessoas.
A TAP mantém três frequências semanais, ligando Natal/Lisboa/Natal, que vão ficar fora da malha aérea enquanto durar a interdição da pista. Outras companhias aéreas também podem suspender as operações aéreas noturnas, embora até o momento ainda não esteja confirmado este fato.
O presidente da ABIH/RN, José Odécio, também considera como sendo “inaceitável” o fechamento da pista principal com três anos de uso. Odécio, neste final de semana, em entrevista ao jornal Tribuna do Norte destacou que a perda de mil passageiros semanais, também o fato de não ter sido tomado providências no sentido de amenizar o impacto que medida trata para a economia.