ENILDO ALVES: “O AUMENTO QUANTITATIVO NA CÂMARA NÃO FOI ACOMPANHADO PELO QUALITATIVO”
(Por Flávio Marinho) Não é especular dizer que uma expressiva parte da opinião pública vê como “inexpressivos” alguns dos personagens que atualmente exercem mandatos de vereador na Câmara Municipal do Natal. O médico e ex-vereador Enildo Alves (PSD) destacou que em suas caminhadas nos bairros de Natal tem ouvido da população que a atual composição de parlamentares do Legislativo natalense deixa muito a desejar, diferentemente do que ocorria no passado recente, quando o Palácio Frei Miguelinho, sede do Poder Legislativo da capital, era composto por vereadores mais preparados e dotados de um melhor conteúdo intelectual.
Ex-secretário de Saúde de Natal e considerado um dos melhores hematologistas do Rio Grande do Norte, Alves assinala que a cidade já foi melhor representada por vereadores de peso, como Hermano Morais, Marcílio Carrilho, Aluisio Machado, Emilson Medeiros, Sid Fonseca, Edivan Martins, Albert Dickson, Ney Lopes Junior, Rogério Marinho, Américo Godeiro, Sonali Rosado, Olegário Passos, entre outros nomes de legislaturas passadas que davam maior credibilidade ao parlamento, e, consequentemente, uma melhor elaboração de políticas públicas para a cidade.
“Infelizmente, hoje o perfil da Câmara Municipal deixa muito a desejar ”, afirma, ressaltando, no entanto, que todos os vereadores atuais exercem seus mandatos legitimamente, através do voto popular ou do benefício do chamado voto de legenda, advento que ele considera como sendo um desserviço da legislação eleitoral brasileira.
Enildo Alves, que foi vereador por mais de 20 anos e agora é pré candidato a vereador, acredita que as eleições de outubro próximo irá proporcionar uma significativa renovação na Câmara Municipal do Natal, abduzindo do Legislativo detentores de mandatos improdutivos e os que insistem nas velhas práticas políticas. “O próprio advento da internet, a globalização da comunicação e do conhecimento, contribuem para o maior esclarecimentos dos eleitores”, explica.
O ex-vereador defende que não é o aumento de cadeiras na Câmara Municipal que faz do Parlamento uma instituição respeitada, mas sim a qualidade dos vereadores que são eleitos para representar a população. “O que se vê é que houve um aumento de assentos na Câmara, mas esse aumento quantitativo não foi acompanhado pelo qualitativo”, enfatiza.
“Por onde ando vejo muitas reclamações e queixa com relação ao nível atual da Câmara, inclusive sobre as questões dos debates, que muitas vezes apenas tratam de questões pessoais, sem levar em destaque os interesses da cidade ”, finaliza.
