A crise econômica está impactando duramente o natalense e os impactos já refletem nos números de inadimplência na capital potiguar, que em novembro de 2021 ficaram acima da média nacional. Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostra que 86,3% das famílias declararam possuir dívidas, o que representa o segundo maior índice para um mês de novembro da série histórica natalense. No Brasil, este número é de 75,6%.
Desde 2010, quando foi iniciada a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o índice de endividamento só atingiu número mais alto do atual em novembro de 2020, quando alcançou 88,9% em meio aos primeiros impactos da pandemia.
Possuir dívidas não é o único problema. Entre os que estão com contas em atraso esse mês também foi registrado aumento comparado a outubro e chegando 37,3% (aumento de 0,9%). Porém, quando considerado novembro do ano passado (42,7%), houve queda de 5,4 pontos percentuais. A média de atraso é 62,5 dias, sendo que 42,8% já estão com mais de 90 dias de atraso.
Das 263 mil famílias da região Metropolitana de Natal, a realidade é ainda mais crítica para os 10,7% que não conseguirão cumprir com os compromissos assumidos. O índice é mais alto tanto em relação a outubro (7,1%) quanto em relação ao mesmo período de 2020 (3,7%). Ou seja, aumento de quase três vezes.
“O número de famílias nesta condição é o maior desde junho do ano passado, quando bateu em 10,9%. Esses dados representam um ponto de preocupação para o setor de comércio e serviços, principalmente quando observamos o total da renda mensal familiar comprometido com dívidas, que chega a 36,9%. São pessoas em débito com cheque pré-datado, cartões de crédito, fiados e carnês de lojas, por exemplo. Isso tudo, junto ao aumento da inflação e taxa de juros, pode representar um preocupante círculo vicioso, que pode engessar por um longo período o crescimento”, explicou Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio RN.
No total, na capital do Rio Grande do Norte são 226.970 famílias endividadas, 96.128 que já estão com contas em atraso, e 28.191 que não terão como pagar estas dívidas. No cenário nacional, os dados da PEIC divulgados dia 29 de novembro mostram que 12.327 milhões de famílias que possuem alguma dívida a vencer, alta de 1 ponto percentual em relação a outubro (74,6%) e de 9,6 pontos em relação a novembro do ano passado (66%).