Junto com Luciano Hang, dono da Havan, o empresário Flávio Rocha, da Riachuelo, compõe o time de empresários que declaram publicamente apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Mas uma das medidas do governo não o agradou.
À coluna Painel S.A., da Folha de S.Paulo, o empresário criticou o projeto de reforma tributária sugerido pelo governo nesta semana que inclui a recriação de um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da antiga CPMF.
Mais precisamente, a crítica de Rocha foi à notícia de que o governo pretende impor uma taxa de 0,4% a saques e depósitos em dinheiro, além de um tributo de 0,2% sobre pagamentos no débito e no crédito (para cada lado da operação, pagador e recebedor).
“Estão adotando base muito pequena, que pega só contas bancárias, 3% do volume de pagamento”, disse Rocha, segundo a Folha. O empresário é a favor de uma CPMF “modernizada” que ele chama de “E-tax” ou “microimposto”.
Segundo Rocha, a ideia é cobrar uma taxa menor, de 0,1%, sobre todas as transações financeiras, em substituição a outros impostos que o empresário afirma serem “meramente arrecadatórios”.
A proposta já foi apresentada a congressistas, mas encontra resistência de especialistas porque, segundo os críticos, proporcionalmente, as camadas mais pobres da população pagariam mais impostos do que os mais ricos, o que já acontece hoje.
Rocha defende que o efeito seria o contrário. “Estamos propondo que não se tribute quando se gera, consome ou estoca riqueza, mas que se tribute o fluxo da riqueza, a hora em que ela troca de mãos. Com isso, saímos de bases tributárias de R$ 2 trilhões e com uma informalidade enorme, para uma base que, no caso brasileiro corresponde a R$ 1,5 quatrilhão”, disse, em entrevista ao InfoMoney.