A Agrícola Famosa pretende arrendar uma área de quatro mil metros quadrados no porto da capital potiguar. Os executivos da empresa entregaram à governadora Fátima Bezerra e à diretoria da Codern um ofício solicitando permissão de uso do berço. A proposta inclui a construção de um terminal frigorífico, destinado a ampliar o transporte não apenas de melões, mas também de outras frutas como manga e uva. A assinatura da carta de intenções foi realizada nessa quinta-feira (23), em cerimônia no Terminal Portuário de Natal. A expectativa é de que o processo seja finalizado em até 18 meses.
O CEO da Agrícola Famosa, Carlo Porro, destacou a intenção de transformar Natal em um polo de exportação de frutas. A estrutura terá o trabalho de logística feito pela empresa Greensea, que desde agosto já atua no transporte de frutas pelo Porto de Natal.
“Estamos submetendo à Codern um pedido de arrendamento de uma área no porto. Essa solicitação visa expandir nossas operações, trazendo navios maiores com maior frequência. Com o arrendamento, esperamos investir na infraestrutura do porto, incluindo a construção de uma câmara frigorífica que permitirá o transporte de diversos produtos, como mangas, uvas e melões nobres”, explicou
O diretor-presidente da Codern, Nino Ubarana, detalhou o processo de arrendamento. Este é o segundo pedido do tipo feito à instituição este ano. Além da solicitação para o escoamento da fruticultura, o terminal também deve abrir espaço para a mineradora Fomento do Brasil. A empresa quer arrendar um berço do porto para escoar minério de ferro. A expectativa é o serviço seja iniciado em 2027.
Segundo Ubarana, o processo de arrendamento começa com o envio da carta de intenções, o que aconteceu nesta quinta-feira. Essa carta é encaminhada à Secretaria Nacional de Portos, para permitir a continuidade do processo. Após isso, a empresa interessada deve promover um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTA), que deverá definir o local ideal para a instalação do empreendimento. Este estudo tem uma duração estimada de 120 a 180 dias.
Ainda de acordo com Ubarana, a expectativa é de que todo o processo seja finalizado em até um ano e meio. “Após o estudo, o documento vai passar por análises da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que é a agência reguladora do setor portuário. Em seguida, outras análises são feitas até a emissão do termo de arrendamento”, explicou.
A governadora Fátima Bezerra destacou a importância do planejamento da Agrícola Famosa. “É fundamental ressaltar a nossa alegria com essa parceria estratégica entre a Agrícola Famosa e a Greensea. Essa colaboração desempenha um papel crucial ao oferecer suporte logístico a um setor econômico de grande destaque no Rio Grande do Norte: a fruticultura. Este é um dos segmentos mais robustos do agronegócio potiguar, não apenas pela expressiva geração de empregos, mas também pelo protagonismo na balança comercial de exportação”, disse.
Nova modalidade de transporte
A empresa Greensea utiliza pallets para o transporte, permitindo uma melhor qualidade do fruto. A substituição do contêiner pelo pallet permite que as frutas cheguem aos clientes no tempo correto, mantendo a qualidade, sem interrupções na cadeia logística e de fornecimento. A previsão da Agrícola Famosa é de embarcar 10 mil pallets por semana durante a safra de melões e melancias. Atualmente, um navio por semana opera no porto, mas a expectativa é que essa frequência dobre com o início da safra.
Os navios frigoríficos da Greensea, equipados com porões refrigerados, permitem que as frutas permaneçam conservadas por mais tempo, ampliando o alcance geográfico dos produtos do Rio Grande do Norte, inclusive alcançando o mercado asiático. A operação através do porto potiguar começou em agosto passado.
“Nosso sistema de câmaras frigoríficas dentro dos navios é uma das nossas grandes vantagens. Garantimos uma qualidade excepcional e uma temperatura ideal para o transporte das frutas. A principal característica dos nossos navios é a dedicação exclusiva ao serviço da fruticultura, sem escalas adicionais, proporcionando rapidez, delicadeza e direção direta na descarga da produção potiguar”, detalhou Hans Vos, diretor da Greensea.