EM ENTREVISTA A JORGE BASTOS MORENO, EM SEU PROGRAMA NA CBN, SENADOR NEGOU TER RECEBIDO PROPINA DA ODEBRECHT
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), negou as acusações de que recebeu propina da Odebrecht para aprovar emendas de interesse da empresa. Em entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno em seu programa ‘Moreno no Rádio’, na ‘CBN’, o senador disse nesta sexta-feira que “emenda por R$ 150 mil não se vende nem na feira do Paraguai” e que jamais faria “um absurdo desses”.
— Não tem sentido alguém pensar que se vende emenda por R$ 150 mil. Com R$ 150 mil não se vende (emenda) nem na feira do Paraguai. É uma piada! — afirmou Jucá.A resposta de Jucá veio após o depoimento à força-tarefa da operação Lava-Jato do lobista da Odebrecht Claudio Melo, que afirmou que a construtora interferiu em quatro propostas de Medida Provisória (MP), chegando a escrever as emendas que deveriam ser colocadas pelo senador no texto.
Em seu depoimento, Claudio Melo contou ainda que, a partir da entrada de Marcelo Odebrecht no comando da empresa, a equipe de Brasília passou a fazer um acompanhamento mais intenso de tramitação de MPs. No entanto, ressaltou que havia corrupção antes disso. Romero Jucá rebateu as acusações.
— Minha função é discutir com o governo e com os parlamentares as soluções, e tentar o ‘OK’ do governo, senão nada funciona. Quem fala isso não conhece como funciona o Congresso — disse Jucá, garantindo que está muito tranquilo para responder qualquer informação:
— Sou daqueles que defendem a Lava-Jato. Ela mudou o paradigma da política do Brasil.
Jucá acrescentou que “aplaude” o ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), por estar “agindo corretamente”. Porém, afirmou que é preciso ter cuidado para não condenar ninguém.
— Pelo que vi até agora, (as delações) não vieram seguidas de provas. Muitas vezes podem ser “ficções premiadas” para alguém ir para casa — disse.