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Embate entre Robinson e Fátima marca o debate da TV Ponta Negra

CINCO CANDIDATOS PARTICIPARAM DO DEBATE FOTO:DIEGO NEGRELLOS/TV PONTA NEGRA

O debate com os candidatos ao Governo do Rio Grande do Norte promovido nesta quarta-feira (19) pela TV Ponta Negra, emissora do Sistema Opinião, foi marcado pelo embate do governador Robinson Faria com a senadora Fátima Bezerra (PT). O confronto foi costurado por críticas feitas por  Freitas Júnior (Rede), Brenno Queiroga (SD) e Carlos Alberto (PSOL) à atual administração. O candidato do PDT, ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, não participou da sabatina.

O debate teve quatro blocos, um dedicado a perguntas gravadas (feitas por eleitores) e outros três para perguntas entre os candidatos. Todas as vezes que Robinson Faria pôde perguntar, ele escolheu a senadora Fátima Bezerra. Na primeira, ele a questionou sobre o suposto apoio de um líder de facção criminosa à candidatura dela. A senadora disse que repudiava o governador levantar esse assunto e informou que o caso estava sendo tratado pela Justiça. Há cerca de uma semana, Robinson Faria acusou a candidata de ter apoio de facções com base em um áudio no qual um suposto detento conclama outros a não votar no atual governador.

Nessa mesma pergunta, na réplica, Robinson Faria acusou a senadora de nunca ter destinado “um centavo para a segurança pública do Rio Grande do Norte”. Fátima Bezerra contra-argumentou que destinou uma emenda de bancada no valor de R$ 5 milhões, mas que esses recursos foram contingenciados pelo governo de Michel Temer (MDB).

Na segunda vez que pôde fazer pergunta, Robinson Faria novamente escolheu a senadora petista e questionou se ela, como professora, não sentia dor na consciência por ter “copiado um plano de Governo do Piauí”. A pergunta se deve ao fato de que dentro da proposta da candidata foram identificados trechos nos quais ao invés da palavra Rio Grande do Norte estava escrito “Piauí”, indício de que o documento havia sido reproduzido de outro gestor.

Fátima Bezerra disse ter orgulho de seu plano de governo e alegou não ver problema nenhum em “trazer experiências exitosas de outros estados” para o Rio Grande do Norte. Ela acrescentou que “teria vergonha caso seguisse a cartilha de Temer”, crítica ao fato do governador ser do partido da base do presidente. Na réplica, Robinson Faria não hesitou: “é uma professora que cola e quer ser candidata”. Foi então que Fátima Bezerra, pela primeira vez, revidou e avaliou a administração de Robinson como “um desastre”.

No último bloco, mais uma vez Robinson teve oportunidade de perguntar, e Fátima Bezerra foi o alvo. Ele questionou o fato dela ter viajado 26 vezes ao exterior com dinheiro público. A senadora respondeu que é integrante do Parlamento do Mercosul e que, por isso, tem que participar das sessões realizadas mensalmente. Ela contra-atacou alfinetando o governador por ter viajado à Itália para assistir a canonização dos mártires potiguares com uma “comitiva enorme” bancada pelo Estado. Por sua vez, Robinson não respondeu à provocação, mas voltou a atacar insistindo na crítica à quantidade de viagens. “A senhora posa de coitadinha, mas gosta mesmo é de mordomia”, disse. Na tréplica, a senadora disparou: “Jamais copiaria o programa de governo de Robinson Faria, porque é desastroso”.

Se, de um lado, o governador Robinson Faria teve uma postura politicamente incisiva contra a senadora Fátima Bezerra, de outro, quando foi perguntado ou criticado durante o debate afirmou estar sendo vítima de ataques.

O candidato Freitas Júnior (Rede), por exemplo, questionou o gestor sobre os baixos investimentos na segurança pública e a crise nessa área. O Rio Grande do Norte é, atualmente, um dos estados mais violentos do Brasil, segundo o Atlas da Violência.

Robinson Faria respondeu que ali estavam “quatro contra um”, referindo-se aos demais candidatos, e apresentou o que seriam algumas de suas realizações. Freitas Júnior, na réplica, afirmou que “contra fatos não há argumentos” e citou os 2.046 homicídios em 2017 e acusou o candidato de faltar com a verdade. Na tréplica, o governador perguntou onde estavam os candidatos quando ocorreram as rebeliões no sistema prisional do RN.

Em janeiro de 2017, o estado enfrentou a maior crise penitenciária da história com a morte de 26 pessoas dentro da penitenciária de Alcaçuz, na cidade de Nísia Floresta.

Quando o candidato Carlos Alberto (PSOL) perguntou como o atual governador faria para reverter o desemprego, ele se defendeu dizendo que recebeu o estado quebrado e apresentou algumas ações que na sua opinião geraram vagas. Na réplica, Carlos Alberto afirmou que o Rio Grande do Norte é o que cobra as maiores alíquotas de ICMS do Brasil. O governador contra-argumentou citando ações que, segundo ele, fizeram o estado subir 20 posições no ranking do turismo.

A ausência do candidato do PDT, o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, não passou em branco. Ele foi alvo de críticas, a maioria por ter se negado a conversar com os demais candidatos. Em uma das ocasiões, o candidato à reeleição, governador Robinson Faria, foi além dos comentários ácidos e citou o recente inquérito aberto pelo Ministério Público para investigar a suspeita de que Carlos Eduardo Alves teria permitido o aumento da passagem de ônibus em troca de financiamento irregular de campanha.Ausência de ex-prefeito é criticada no debate com candidatos ao Governo do RN

O questionamento foi levantado quando Robinson Faria foi indagado pelo candidato Carlos Alberto sobre quantas vezes se reuniu com Carlos Eduardo Alves para discutir os problemas de Natal. O governador disse que era uma vergonha ele não ter vindo ao debate e que Carlos Eduardo “teve medo do debate”. “Ele nunca procurou o governador para tratar de tema nenhum. É uma figura imperial. Nunca teve o mínimo de humildade”, disse e, então, pontuou sobre o reajuste.

O candidato do PSOL, na réplica, aproveitou para criticar os dois. “Para vocês verem, são dois amigos. Um chega a ser prefeito e o outro governador e, durante três anos, não se reuniram para tratar dos problemas. Vocês acreditam que dessa maneira vamos sair desse buraco?”, ponderou.

Carlos Eduardo Alves alegou, como justificativa para não participar do debate, a necessidade de participar de compromissos anteriormente agendados. Ele está fazendo campanha na região do Alto Oeste potiguar.

O debate com candidatos ao Governo do RN promovido pela TV Ponta Negra foi transmitido ao vivo na televisão, no Facebook e no site do Portal OP9. A apresentação foi feita pela jornalista Rejane Negreiros, da TV Manaíra (PB).

Fonte: OP9

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