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“Em lugar nenhum no mundo 200 metros de engarrafamento é considerado prejuízo”: STTU esclarece mudanças no trânsito de Natal na Câmara

O SERVIÇO DA FAIXA/SEMÁFORO NAS AVENIDAS SALGADO FILHO E HERMES DA FONSECA FOI SUSPENSO NA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA, 13

Após polêmicas nas mudanças propostas para o trânsito em Natal pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) – com instalação de faixa/semáforo nas Avenidas Salgado Filho, em frente à Igreja Universal e Hermes da Fonseca, próximo à Padaria Nacre – a Secretaria foi convocada pela Câmara Municipal, nesta segunda-feira, 16, para prestar esclarecimentos. Representada pelo secretário adjunto da pasta, Walter Pedro, o gestor esteve na Casa a convite da Comissão de Finanças, Orçamento, Controle e Fiscalização.

De acordo com o secretário Walter Pedro, o recuo na decisão da pasta, que suspendeu o serviço, desligando os sinais na última sexta-feira, 13, se deve a necessidade vista pelo órgão de estabelecer novos debates com a população, explicando mais para a sociedade sobre as premissas de mobilidade urbana, que também norteiam as necessidades de trânsito de uma cidade.

“A prefeitura vem observando diversos corredores de Natal e a situação que trata de travessias de pedestres. Já fizemos grandes intervenções, como corredores exclusivos, e estávamos em falta na intervenção para pedestres, avaliando que as Leis tratam sobre segurança e conforto das pessoas nessa situação e levando em conta, também, que se existir alguma intervenção de trajeto o veículo é que deve se deslocar. Infelizmente existiu uma falsa comunicação nas redes sociais, o que prejudicou o projeto e nos levou a perceber que era necessário um novo debate”.

De acordo com o gestor, a distância entre a faixa instalada próximo a Igreja Universal e a Avenida Amintas Barros é de 350 metros, e que a instalação da faixa/semáforo registrou um aumento, no máximo, de 200 metros de congestionamento. “Em lugar nenhum no mundo 200 metros de engarrafamento é considerado prejuízo de grande escala. As pessoas que estão de carro não têm prejuízo, mas o pedestre tem. Nas premissas de mobilidade urbana nós tentamos sempre trabalhar com impacto mínimo, e que o pedestre e os veículos estejam no mesmo nível”, argumentou.

Segundo Walter Pedro, pelo menos 3 mil pessoas utilizariam diariamente a faixa.  Ao se tratar da passarela existente na Salgado Filho, o secretário esclareceu que o objetivo é que a mesma seja retirada.

Para o presidente da Comissão, vereador Dinarte Torres (PMB), a partir do momento que a STTU reconhece que houve erro na implantação e retirada do semáforo há o reconhecimento que deveria ter existido um debate prévio sobre as medidas. O parlamentar usou como base uma pesquisa divulgada pelo portal G1, que constatou que mais de 70% população aprovou a faixa de pedestre da Avenida Salgado Filho. “Sem dúvida houve uma precipitação no momento que se coloca e que se retira radicalmente, mas mesmo assim é um momento importante, pois abre o debate para a população e, sendo pedestre a parte mais importante que falamos aqui, são eles que devem ser ouvidos”, disse.

Especialista em trânsito, o professor da UFRN Rubens Ramos defende a instalação das faixas/semáforos. “Os semáforos são corretos sim. Esse é um modelo utilizado em São Paulo e  nele o pedestre cruza a via com proteção de um sinal”, explicou. Para o especialista, o uso da passarela não condiz com o fluxo urbano, sendo essa uma alternativa não viável. “A passarela é um obstáculo para o usuário. Ela tira o pedestre da rua, assim como tira o comércio, pois não há fluxo de pessoas, para zona urbana não é uma saída”, concluiu.

Também presente na discussão, o vereador e membro da Comissão de Finanças, Maurício Gurgel (PSOL) entende que a iniciativa da comissão é esclarecer a população sobre questionamentos que envolvem seu dia a dia. “A STTU reconhece que precisa haver mais debate com a sociedade e também entende que o pedestre precisa ser prioridade. Essa é uma oportunidade e alternativa de trazer temas de interesse social, mostrando alternativas para o pedestres, para o ciclistas e que ao mesmo tempo  tragam fluidez no trânsito”, considerou.

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