Em um ano pré-eleitoral, onde até então aparecia como favorita para reeleger-se para o governo do Estado, a governadora Fátima Bezerra (PT), tem agora a sua imagem sendo cristalizada como a da governante responsável pela eventual falência do turismo potiguar – um estigma que poderá marcá-la para o resto da vida, a exemplo do que ocorreu com o seu antecessor, o ex-governador Robinson Faria (PSD), que entrou para a história da política do RN como o pior governador para a segurança pública de todos os tempos.
A imagem de Fátima Bezerra torna-se passo-a-passo como sendo a da “inimiga Nº 1” do turismo, não só no âmbito das opiniões dos empresários do setor, como também entre trabalhadores autônomos que vivem do ganho em escala advindo da indústria do turismo.
Uma rápida olhada em declarações de empresários e prestadores de serviços ligados ao turismo é suficiente para mostrar que a insatisfação do setor produtivo é grande, e se transforma a cada dia em uma bomba relógio que pode explodir politicamente no colo da governadora mais cedo do que se espera.
Expoentes do setor de turismo, principalmente do segmento de bares e restaurantes, tiveram pouco tempo para comemorar a flexibilização das medidas restritivas, viabilizadas pelo prefeito Álvaro Dias (PSDB) e o desembargador Cláudio Santos. Agora responsabilizam a governadora pelo caos que mergulha o setor e pelo retorno do decreto restritivo do governo do Estado.
O BLOG DO FM publica abaixo algumas declarações de pessoas que atuam na cadeia produtiva do turismo:
INCOMPETÊNCIA
“A cadeia do turismo vem sendo jogada no lixo. Os outros estados do Nordeste estão dando aula de como salvar o turismo. João Pessoa, Recife, Fortaleza, Alagoas, pegaram o Rio Grande do Norte e colocaram no bolso. Mostra a total incompetência da gestão estadual atual com o turismo” (Habib Chalita, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Rio Grande do Norte).
TAXISTAS
“Nós dependemos do turismo, dependemos de ter turista na cidade e não somente os taxistas. É o hotel, o restaurante, o trabalhador que vende água de coco na praia. E nós estamos dentro desse contexto. Tenho colegas que precisaram sair do taxi e arrumar outro meio de vida porque só o taxi só não dá para manter a família e pagar as contas” (Rogério Azevedo, presidente da COOPCON).
PESQUISA
“Esse dado é altamente preocupante, uma vez que o reflexo é muito forte nos municípios que recebem diariamente os turistas de “bate e volta”, como Parnamirim, Nísia Floresta, Tibau do Sul, Extremoz, Maxaranguape, Canguaretama, Baía Formosa, Galinhos, Rio do Fogo, São Miguel do Gostoso e Touros. Nestes municípios existem diversos serviços turísticos, tais como passeios de barco, quadriciclos, buggy, restaurantes, barracas de praia, lojas de artesanato, ambulantes, etc, que também estão sofrendo com essa queda do fluxo de passageiros. A cadeia de atividades que depende destes turistas é enorme” (Júnior Câmara, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Rio Grande do Norte, sobre pesquisa que registrou uma queda de 70,77% no número de passeios realizados entre Abril/2020 e Março de 2021, em comparação ao período anterior à pandemia, no Rio Grande do Norte).