As eleições municipais de 2020 serão um teste para os mais de 3,8 mil prefeitos que buscam a reeleição. Mesmo surpreendidos pela pandemia de coronavírus no último ano de governo, período tradicionalmente destinado a ações que visam a aumentar as chances de recondução ao cargo, 76,9% dos 4.398 mandatários em primeiro mandato se lançaram na disputa.
Esse é o segundo maior contigente relativo desde que a reeleição é permitida no Brasil, ficando atrás apenas de 2008, quando 80,1% do total tentou a recondução. Os dados são da Confederação Nacional de Municípios (CNM) com base nas informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eles foram analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.
Apesar de muitos prefeitos tentarem a reeleição, estar no controle da máquina local não é certeza de conseguir se reeleger. A média até 2016 era de cerca de 60% dos que disputavam conseguindo um segundo mandato. Esse número diminuiu para 50% nas últimas eleições municipais .
“Houve uma mudança do eleitor, por conta da crise que é bastante grande nos municípios, houve uma grande renovação dos prefeitos na eleição de 2016″, apontou o consultor da CNM, Eduardo Straz. Essa mudança aconteceu, entre outros, na esteira do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Um exemplo do impacto que isso teve nas eleições municipais foi a derrota de Fernando Haddad (PT) para a prefeitura de São Paulo.
A incerteza continua nesse ano, dessa fez por conta da pandemia de coronavírus. “Agora a situação está muito incerta. Na situação normal os atuais gestores estavam com tudo planejado para ir no último ano de mandato, tentar se reeleger ou eleger um companheiro e isso tudo foi bagunçado. Não existe mais um ambiente normal”, resumiu ele.
Metrópoles